Candidatura sob risco

Em março do ano corrente, escrevi sobre a situação da pré-candidatura de Ciro Gomes, em que o seu partido, o PDT, à época colocava pressão para que o ex-governador cearaense torna-se competitivo, com chances de ir ao segundo turno, ou a legenda poderia desembarcar de uma candidatura própria e apoiar Lula (PT) já em primeiro turno.

Setores do PDT diziam que  Ciro Gomes deveria até o fim do mês citado atingir 20% das intenções de voto, para que se pudesse manter um certo nível de comprometimento e viabilidade. O que se sabe até aqui, margem que não foi alcançada. Pelo contrário, o ex-governador cearense nem conseguiu atingir metade da meta. Sua média nas pesquisas varia entre 7% a 9% (dependendo do levantamento e metodologia aplicada), sem expectativa de crescimento.

Assim como escrevi em 2018, novamente, Gomes ficará pelo caminho em sua quarta tentativa de chegar ao posto político mais alto do país. No campo que se acostumou chamar de “Terceira Via”, ele é o mais bem colocado, mesmo não sendo tratado como componente deste “grupo”. Não conseguirá – está mais do que claro – atingir esse desempenho esperado, ainda mais em uma eleição tão polarizada como a que se aproxima.

Em meio a devaneios, o simplismo, a resolução por frase de efeito, Ciro Gomes é um nome que reúne a maior experiência gerencial entre os pré-presidenciáveis. O maior problema para a sua candidatura parece ser ele mesmo. Se o PDT seguir o que prometeu, ou seja, desistir da possibilidade de ter um candidato próprio, tendo como base a inviabilidade da manutenção de sua pré-candidatura, o partido caminhará para apoiar o ex-presidente Lula, o mais provável vencedor da eleição, segundo todas as pesquisas feitas até o momento.

A tendência é Ciro perder votos com a proximidade do processo eleitoral e a questão do “voto útil” do eleitorado. Mais uma vez, agora pela quarta vez. O ex-governador já pode comprar as passagens para Paris.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

#veja mais

Destak prepara nova rodada da pesquisa de avaliação do cenário político na região Oeste do Pará

Uma nova rodada da pesquisa da empresa Destak Publicidade e Marketing será publicada nos próximos dias, mostrando o atual cenário político e eleitoral da região

Mais uma metamorfose; PSDB poderá mudar de nome

A exemplo do DEM, que em 2007 mudou de nome, abandonando a sigla PFL (Partido da Frente Liberal) e tornando-se apenas “Democratas”, sendo a primeira

Eleições 2024: número de candidatos nas eleições deste ano é o menor desde 2008

O número de candidatos nas eleições municipais deste ano, no Brasil, é o menor desde 2008. O período de inscrições de candidaturas encerrou-se na última

A era da antipolítica

Se alguém ainda tinha dúvidas sobre o tamanho do desgaste do sistema político no Brasil, o resultado das eleições municipais de 2016 parece ter sido

Governo Darci Lermen no caminho da gestão democrática

A prefeitura de Parauapebas via Secretaria de Planejamento (Seplan) deu início no último sábado (03) ao processo de consulta popular e construção do seu Plano

Um ano do projeto S11D: o mais novo capítulo da odisseia amazônica

Sem alarde e com pouca cobertura da imprensa, sobretudo, a local, o maior empreendimento mineral da Vale completou um ano de operação. Situado na Serra