Carajás: fim em 50 anos

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Mais uma vez a pauta da questão mineral volta ao Blog do Branco. De forma direta e esclarecedora, o jornalista Lúcio Flávio Pinto, um dos maiores conhecedores quando se trata de mineração na região amazônica, tratou da antecipação das atuais reservas minerais na região. O citado jornalista nos presenteou com mais um artigo seu postado no site “Amazônia Real”, em que Pinto é colunista. Boa leitura.

A produção de minério de ferro pela Vale em Carajás, no Pará, será neste ano de 220 milhões de toneladas, quase cinco vezes o máximo que foi previsto quando a mina entrou em operação, em 1984. Nessa época, o mercado interoceânico de minério de ferro era de 400 milhões de toneladas por ano. Em 2023, Carajás poderá atingir 300 milhões de toneladas, mais de 70% do minério de ferro que circulava pelo mundo todo menos de 40 anos atrás.

Para possibilitar esse notável incremento, a Vale está construindo o terceiro silo de embarque na maior de todas as minas, o S11D, a última a entrar em operação, onde estão os depósitos mais ricos do planeta. A capacidade atual, de 90 milhões de toneladas, vai ser praticamente duplicada. As outras minas são as de Serra Norte, a mais antiga, que vai continuar com 120 milhões, e Serra Leste, com 10 milhões.

A produção deverá se expandir ainda mais. Está previsto o aproveitamento das jazidas de ferro da Serra do Rabo, junto ao depósito de cobre do Cristalino. Deverá ser construído um ramal ferroviário, para transporte do minério de ferro, bem como do minério de cobre do Cristalino para as instalações do Sossego.

A Vale se tornará, assim, não só a maior produtora de minério de ferro do mundo, mas a maior de todas as mineradoras. Ao invés de produzir 2,2 bilhões de toneladas em 10 anos, atingirá quase 3 bilhões de toneladas. Levará à exaustão a província mineral de Carajás em menos de meio século, transferindo para a Ásia 1,5 bilhão de toneladas do minério mais rico e caro que há.

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