Amanhã, 16, inicia a campanha eleitoral pra valer, pois os candidatos poderão ir às ruas, pedir voto e distribuir materiais aos eleitores. Na próxima semana, iniciará as campanhas nas rádios e TVs, além de maior inserção na Internet.
A disputa ficará mesmo entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). A questão é saber se haverá ou não segundo turno? Se essa indagação fosse feita há semanas, a resposta seria não. O petista “liquidaria a fatura” no dia 02 de outubro, algo que nunca ocorreu com quem não está no cargo. O caso de vitória em 1º turno na disputa presidencial após o processo de redemocratização, ocorreu em 1994 e em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso se elegeu pela força do Plano Real e se reelegeu – quando se tornou um Projeto de Emenda a Constituição (PEC) permitiu se manter no poder, com 53% dos votos válidos.
A questão é que as últimas pesquisas apontam que Bolsonaro vem tirando a diferença para Lula. Em estados chaves como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – os três maiores colégios eleitorais respectivamente, o petista viu a sua vantagem praticamente deixar de existir. No estado mais rico do país, há empate técnico entre os dois; entre os fluminenses outro empate técnico dentro da margem de erro, a depender do levantamento. No eleitorado mineiro, Lula ainda mantém vantagem acima da margem de empate técnico, porém menos espaçada.
O crescimento nas pesquisas do atual presidente era algo esperado, tendo como base as manobras feitas para aumentar a base de auxílios repassados a diversos segmentos econômicos, em especial aos menos abastados. Impactos como aumento do Auxílio Brasil, Auxílio Emergencial, queda nos preços dos combustíveis e repasses a caminhoneiros, fariam a popularidade de Bolsonaro subir, como vem ocorrendo.
A questão é saber a sustentação desse crescimento. Após o impacto do recebimento desses auxílios, o eleitor continuará a manter o voto no atual mandatário? Entenderá que, caso Lula vença, esses auxílios serão mantidos? Que foram feitos ou ampliados com interesse restritivamente eleitoral, tanto que alguns expiram no último dia do ano corrente?
As próximas pesquisas poderão sinalizar esse arrefecimento do crescimento de Bolsonaro ou a continuação desse crescimento, ainda sob efeito dessas benesses.
Do outro lado, a campanha de Lula que chegou a entrar no “já ganhou” no início da campanha, agora trabalha com cautela. O crescimento de Bolsonaro nas pesquisas – mesmo que possa ser momentâneo – liga o sinal de alerta entre os petistas. A eleição ainda pode ser decidida em primeiro turno, mas essa possibilidade se mostra cada vez mais distante. A ver.
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