China planeja acabar com dependência externa de minério de ferro

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Na semana passada, o Blog do Branco tratou da questão que envolve os interesses chineses na aquisição de minério de ferro brasileiro, em especial na região de Carajás, no Pará, justamente o de mais alto nível de pureza do mundo. Todavia, os chineses já vem trabalhando desde 2015 estratégias que visem diminuir a dependência externa do citado mineral.

Novamente, na semana passada, as autoridades chinesas anunciaram que o país vai aumentar a produção doméstica de minério de ferro em 30%; ampliar significativamente os investimentos em minas no exterior e fortalecer a reciclagem de sucata de aço sob um plano projetado para quebrar a dependência de Pequim da exportação da commodity da Austrália e do Brasil. A China produz bem mais da metade do aço mundial e cerca de 70% de suas importações de minério de ferro têm origem nos dois países citados.

A busca por diminuir a dependência está associada aos valores do minério de ferro (e não é só isso). Sua volatilidade anda assustando o país asiático, que tenta frear os preços que dispararam no ano passado. Mineradoras como as australianas BHP, Rio Tinto e Fortescue Metals se beneficiaram, sendo que as ações desta última mais do que dobraram de preço em 2020. Até mesmo a ação da Vale – cujos problemas de fornecimento ajudaram a impulsionar os preços nos últimos anos – subiu quase 60% no segundo semestre de 2020.

A proposta chinesa é simples: criar um conglomerado de gigantes da mineração de minério de ferro para, em até dez anos (a meta é meia década), produzir metade ou mais do minério de ferro consumido no país, de modo a reduzir a dependência da indústria siderúrgica em materiais importados.

O governo quer criar um grande grupo que será liderado pela Ansteel Mining, uma mineradora estatal que já é a maior produtora de minério de ferro da China. O novo grupo terá de seis a oito mineradoras e irá produzir mais de 200 milhões de toneladas por ano.

O processo, na verdade, está em curso. Levantamentos do site InfoMoney apontaram que a cada ano a China vem reduzindo o volume de minério de ferro importado. O fato pode está associado também a uma certa desaceleração da economia daquele país, mas quando se analisa o volume produzido internamente do referido mineral, percebe-se que há – de fato – a intenção de diminuir a dependência externa.

De todo modo, esse tipo de notícia precisa ser acompanhada de perto pela mineradora Vale, haja vista, que 60% de sua exportação vai parar nos portos daquele país e, de quebra, também Parauapebas que ainda depende muito economicamente da extração mineral.

Com informações do Notícias de Mineração (Adaptado pelo Blog do Branco)

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