A sessão que marcou o início oficial dos trabalhos do Legislativo também ficou marcada por diversos fatos, no mínimo, curiosos.
Acompanhei a sessão na íntegra (YouTube) e posso dizer que pude ver algumas boas surpresas, alguns “micos” e acredito que deu para ver o tom com que os trabalhos da Casa serão levados durante todo este ano.
A primeira indicação do ano coube ao vereador Alex Ohana, que já se saiu muito bem ao propor uma ferramenta de transparência pública para que os munícipes possam acompanhar a destinação dos recursos da CFEM. Nota deste que vos escreve: duvido que saia.
Há que se notar que Aurélio, enquanto vereador, criticava duramente – e com razão – o uso dos recursos da CFEM para pagamento de despesas de folha. Mas eis que assim que virou prefeito, “esqueceu-se” disso e na peça em que defendeu o “PL da Besta” (não é minha culpa de o número ser 666, né?), ele usou o recurso da CFEM para fazer caber na conta o aumento absurdo do número de assessores especiais. Ao que o juiz Lauro recusou a artimanha e mandou que os cálculos fossem refeitos, desta feita, sem a CFEM na equação. Por isso, desde já, coloco como o destaque da sessão, a indicação 001/2025, de autoria do vereador Alex Ohana. Parabéns, vereador!
Em seguida, muitas indicações estruturantes (obras e reformas) e alguns de menor relevância. E a “honra” de “Mico da Sessão” vai para o vereador Elias, pois este nem ao menos se deu ao trabalho de propor alguma coisa. Aparentemente, foi só bater o ponto, mesmo. Zero indicações, zero requerimentos. Nada. Zero.
No mais, o ponto alto foi o ataque do vereador Zé da Lata, ou Cover do Falcão, à vereadora Maquivalda Barros. Atacou a pessoa, a família e logo em seguida, disse que, APESAR DE SER O PAI DO PREFEITO, vai ser um Fiscal do Povo. Alguém realmente acredita nele denunciando o filho? Ver para crer.
Com relação à oposição – sim, a oposição existe – a vereadora Maquivalda, em termos técnicos mostrou a que veio. Apontou uma série de irregularidades que o novo governo vem cometendo. Um detalhe negativo é que no campo da retórica, ela foi meio claudicante, o que deu brecha para que seus adversários mais diretos a atacassem sem dó. Porque convenhamos, só num cenário muito condescendente mesmo, alguém com o telhado de vidro do vereador Leo Márcio, com suas DESASTROSAS indicações na SEMTUR e na SEMSI, teria peito de sair atacando alguém. Alguém mais se lembra do “Trem da Alegria”, viajando pelo Brasil inteiro, FRITANDO dinheiro público sem nenhum retorno e deixando atrás de si, um rastro de dívidas e fornecedores insatisfeitos? Nós lembramos. Alguém mais se lembra da SEMAS estourando o seu orçamento do ano em apenas sete meses, a maior parte disso, apenas em compras diretas? Nós lembramos.
Enfim, no campo da oposição, o destaque vai para as denúncias feitas pela vereadora Maquivalda. Todas muito sólidas e fartamente documentadas. E que receberão o devido tratamento deste veículo e do Ministério Público, por óbvio. E no campo do embate, vai para o vereador Zé do Bode, que demonstrou muito equilíbrio e um senso perfeito de “timing” e estratégia, ao fazer cobranças firmes, mas de maneira a não terem recebido nem réplica, apesar de serem sim, cutucadas ao novo governo. Parabéns, vereador!
A conclusão é que, tecnicamente, esse mandato do legislativo tem bons nomes, com preparo, mas alguns verdadeiros artistas circenses. No geral, é possível que muita coisa boa seja produzida por eles, se eles tiverem como Norte, o bem da população que os elegeu. Mas devem se lembrar que o fato de que, em toda eleição mais renovar vereadores do que manter, deve ter alguma explicação; a explicação é não se dobrar às loucuras do Executivo. Qualquer Executivo: Darci, Valmir, Aurélio… a independência dos Poderes não é uma falácia. É uma necessidade e um dos pilares da democracia.
Seguiremos em outra oportunidade, analisando as tendências de cada vereador e semana que vem, mais análise da sessão. Estamos gravando cada proposição, tipo, finalidade etc. para que ao fim do ano, publiquemos um Ranking de Produtividade dos Vereadores. Aguardem!
Por Winston Churchill
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