CMP: eleição do presente conturbado e futuro incerto

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No próximo dia 16, um capítulo importante do futuro político-eleitoral de Parauapebas será decidido: eleição para saber que irá presidir a Câmara de Vereadores pelo próximo biênio (2023-2024). Três nomes se lançaram para presidir a Casa: Rafael Ribeiro (MDB), Eleomárcio Lima (Pros) e Zacarias Marques (PP).

Não há registro de chapas para a disputa, pois cada parlamentar pode (registrando dentro do prazo legal) disputar o cargo que quiser na composição da Mesa Diretora. Neste sentido, temos a seguinte composição além dos nomes citados à Presidência: vice-presidente: Elias da Construforte (PSB) e Zé do Bode (MDB); para primeiro-secretário: Eliene Soares (MDB) e Francisco Eloecio (Rep); para segundo-secretário: Israel Miquinha (PT) e Josivaldo da Farmácia (PP).

Acordo Pretérito 

Na legislatura passada (2017-2020) tivemos dois nomes como presidentes da Casa de Leis parauapebense: Elias da Consturforte (PSB) e Luiz Castilho (Pros), respectivamente. Tal decisão havia sido acordada entre as partes e que, com ambos reeleitos, seria reativada com inversão de período. Braz, por exemplo, está desde janeiro de 2021 no cargo de presidente, que deixará em breve para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa (Alepa) em fevereiro do próximo. Portanto, seguindo o acordo, Castilho seria o presidente para o próximo biênio.

A questão é que o vereador do Pros em questão se licenciou do cargo para assumir a Secretaria Municipal de Obras (Semob). Informações colhidas pelo Blog do Branco, dão conta que o acordo foi feito entre Braz e Castilho, e não entre os partidos. Portanto, na prática, deixou de ter valor. Há outros que afirmam que, na verdade, Castilho foi convencido acintosamente a se licenciar para abrir vaga na Presidência para o seu colega de partido que hoje concorre.

Presente conturbado e futuro de incertezas

Ser presidente da Câmara de Vereadores de Parauapebas (CMP) é, sem dúvida, um cargo de alta relevância. Todavia, agora, na atual conjuntura, tornou-se mais importante ainda. Não esquecemos que o presidente compõe a linha sucessória da Prefeitura de Parauapebas. O prefeito Darci Lermen (MDB) convive com a possibilidade de ter a sua vitória nas urnas em 2020 anulada, com a cassação da chapa vencedora, ou seja, prefeito e vice-prefeito deixariam os seus cargos. Quem assumiria nessa situação? O presidente da CMP.

Eleger Rafael Ribeiro seria a “tábua de salvação” do grupo político de Lermen. Primeiro, porque o citado é do mesmo partido do mandatário municipal e do mesmo grupo político. Outro nome que não seja o de parlamentar emedebista, não garantiria a certeza da manutenção do atual grupo no poder. Vale lembrar que 2024 está logo ali.

Há, até, parlamentar (inclusive do MDB) que não está apoiando o nome do governo. Tal desobediência, em outros lugares, caberia expulsão do partido ou até o rompimento da parceria. Alguns vereadores querem posar de “independentes”, porém, são os mesmos que possuem secretarias (que tornaram-se quase suas empresas particulares, mesmo sendo públicas). Alguns reclamam de interferência do Poder Executivo em um assunto privado da CMP. Será tão privado assim? Vereador que reclama de cobranças para apoiar o candidato governista, deveria, no mínimo, ser coerente e entregar a secretaria no qual mantém o seu grupo político “pendurado” por lá, inchando a folha de pagamento, fato que, inclusive, ocasionou o afastamento do prefeito Darci Lermen.

Darci não ganhou quatro vezes a eleição para prefeito de Parauapebas à toa. Sabe como funciona o processo. Sabe que o futuro político de seu grupo está em jogo. Sabe que na atual instabilidade jurídica na qual está submetido, precisa criar condições de sustentabilidade política. Grupos políticos grandes e poderosos também se desfazem por erros, por excesso de concessões. Exemplos não faltam.

Tem hora que só a conversa em tom leve, de brincadeira, não resolve. Chegou a hora de cobrar lealdade ou encerrar parceria.

Imagem: reprodução Internet. 

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