Eleições 2022: dança dos números em uma disputa indefinida

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Conforme vem sendo dito por este veículo há meses, a disputa eleitoral pela única cadeira disponível ao Senado Federal, seria acirrada, podendo ser decidida no fim da campanha, ou até mesmo no dia da eleição. Quatro nomes com reais chances de vitória, disputam a vaga: Beto Faro (PT), Flexa Ribeiro (PP), Manoel Pioneiro (PSDB) e Mário Couto (PL), este último é o único que não está na base de apoio do governador Helder Barbalho, do MDB.

Duas pesquisas foram divulgadas nos últimos dias sobre a disputa: Doxa que realizou o seu levantamento de dados entre os dias 26 a 30 de julho, e a do Instituto Veritate, que foi a campo, entre os dias 1 e 4 de agosto. Pois bem, no primeiro levantamento, quem seria eleito senador pelo Pará é Manoel Pioneiro. Já na segunda pesquisa, o próximo a representar os paraenses na Câmara Alta, é o bolsonarista Mário Couto. Nos números da Veritate, coloca o tucano em quarto lugar. Portanto, há um grande descompasso nos números.

Em outros levantamentos anteriores, o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Alepa) sempre esteve na liderança. Há um ponto em comum nas pesquisas eleitorais sobre a disputa ao Senado: a posição retardatária da candidatura de Beto Faro, que tem o apoio oficial do governador. Em nenhuma pesquisa, o petista aparece na frente. Sua melhor colocação é o terceiro lugar (empatado com o segundo dentro da margem de erro em alguns levantamentos; em outros fora da margem).

O voto para senador parece bem regionalizado. A maioria do eleitorado da Região Metropolitana de Belém (RMB), até o momento, apoia o ex-prefeito de Ananindeua; enquanto a região Sudeste dá preferência a Ribeiro; o Oeste vai de Couto e o Sul divide entre o ex-senador Flexa e o candidato do PL. E Faro? Ao deputado sobra a sua base eleitoral em alguns municípios do Baixo Tocantins e alguns votos na capital paraense e redondezas. Além disso, conta com votos de seu partido e de outras legendas à esquerda. Mas sabe que precisa de mais.

Helder na disputa

Com a sua reeleição encaminhada, Helder se volta para duas ações: fazer o MDB conquistar o maior número de cadeiras na Alepa e na Câmara Federal, além de um senador eleito de sua base. Se o governador quer mesmo Beto Faro em Brasília, está na hora de começar a ser cabo eleitoral do petista, transferindo à sua popularidade ao seu candidato oficial à Câmara Alta. Ou, quem sabe, mais à frente ter que apoiar Ribeiro ou Pioneiro.

Ontem, 07, em sua conta no Twitter, Beto Faro deixou claro – bem explicito – à sua lealdade a Helder, ao postar a seguinte mensagem: “Acredito que a lealdade é uma virtude essencial para a trajetória de um político. Na minha caminhada, sempre fui leal ao trabalho, ao Partido dos Trabalhadores e às causas que defendo”. Abaixo da mensagem, uma foto na convenção do MDB, ao lado do governador.

O Tweet seria um claro recado a Helder? Um pedido apoio, socorro político? O petista precisa se eleger para salvar o próprio capital político e de sua esposa, Dilvanda Faro, que abriu mão da Alepa, e se lançou a deputada federal, com a finalidade de ocupar a vaga do marido, que se lançou ao Senado. Portanto, a aposta de Beto é de alto risco.

No fim, o que Helder quer é ter um senador aliado. Caso não seja Faro, lhe serve Pioneiro ou Ribeiro. O que o mandatário estadual não deseja, de jeito algum, é a vitória de Mário Couto. Se necessário for, irá trabalhar duramente para evitar a vitória do bolsonarista.

Imagem: Folha de Bico.

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