Eleições 2022: ou vai ou racha

Manoel Carlos Antunes um mineiro, que chegou ao Pará no final da década de 1970, fixando residência no município de Ananindeua, que naquele período não passava de uma “cidade dormitório”, pois a economia era pequena e quem morava lá trabalhava em Belém. Portanto, como se trabalha na geografia, existia diariamente um migração pendular.

Por lá, Antunes, conhecido popularmente como “Pioneiro” foi vereador e prefeito por quatro mandatos. Em seu currículo ainda consta dois mandatos de deputado estadual, onde chegou a presidir a Assembleia Legislativa (Alepa) e foi vice-prefeito de Belém. Portanto, como se diz na política: tem rodagem.

Depois de deixar o Poder Executivo do segundo maior colégio eleitoral paraense, Pioneiro se lançou ao Senado Federal, pelo PSDB, legenda que está em risco de desaparecer. O citado sabia que teria pela frente uma disputa muito acirrada, pois em jogo está apenas uma vaga à Câmara Alta, tendo adversários consideráveis, dentre eles dois ex-senadores e um deputado federal que goza do apoio do governador Helder Barbalho (MDB). Por outro lado, o ex-prefeito de Ananindeua conta com forte apoio do eleitorado do município que governou por quatro vezes, sendo muito bem avaliado pela ampla maioria dos ananindeuenses.

A questão é que as pesquisas mostram o óbvio: Pioneiro é muito conhecido na Região Metropolitana de Belém (RMB) e Nordeste paraense, porém ainda desconhecido nas regiões Sul, Sudeste e Oeste do Pará. Na mais recente pesquisa do Instituto Doxa, por exemplo, o ex-prefeito tucano lidera a disputa ao Senado com bastante folga. No levantamento ele chega a 17,1%, enquanto o segundo colocado, Mário Couto (PL) soma 11,5%. Quando a pesquisa é feita em todo o território paraense, com aplicação de questionários em regiões mais afastadas da capital, como no caso do IPEC (ex-Ibope), Pioneiro aparece em quarto, atrás até do Delegado Jardel, do Podemos, que é pouco conhecido do eleitorado geral paraense.

A questão para efeitos eleitorais, a região em que o ex-prefeito de Ananindeua é forte, a RMB, em que lidera com folga, é também um reduto – em menor proporção – de outras candidaturas. Mário Couto (PL), Beto Faro (PT) e Flexa Ribeiro (PP) conquistarão votos. Já em outras regiões como a Sul, Sudeste e Oeste do Pará, Pioneiro tem baixíssima intenção de voto. O voto ao Senado, portanto, está regionalizado. Pelo menos, é o que diz as pesquisas.

Faltando pouco mais de três semanas para o dia da eleição, Pioneiro deve reforçar a sua presença nas regiões em que não aparece bem colocado nas pesquisas. Se depender só dos votos da RMB e Nordeste (este bem mais pulverizado do que aos arredores da capital), tende a não se eleger.

Ontem, 05, em um comício em Ananindeua, Pioneiro partiu para cima de seus concorrentes dentro da base do governador. Atacou indiretamente Flexa Ribeiro e Beto Faro. Tal atitude poderá causar um racha na base governista? Autofagismo eleitoral? Enquanto isso, Mário Couto “corre” solto.

Suplentes

O 1º suplente de Manoel Pioneiro, é um dos maiores empresários da região sudeste do Pará, que mora em Parauapebas, e atende pelo nome de João Vicente Ferreira do Vale, o “Branco da White” que, surpreendentemente, não declarou bens à Justiça Eleitoral. Por isso, há forte campanha na capital do minério para eleger o ex-prefeito de Ananindeua senador da República. A ver.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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