O deputado federal Éder Mauro (PL) sempre foi chamado pejorativamente de “peruquinha” por seus adversários. Uma referência pelo fato do citado parlamentar usar o acessório por conta de sua baixa cobertura capilar. Fato que nunca criou atritos do deputado para quem o provocasse.
Na última segunda-feira, 21, por ocasião de um grande comício realizado em prol da candidatura de Igor Normando (MDB) para prefeito de Belém, o governador Helder Barbalho carregou e literalmente tirou “sarro” com uma peruca no palco em clara associação ao candidato a prefeito da capital paraense pelo PL.
A atitude do mandatário estadual – que fez um provocativo discurso contra o adversário de seu candidato – dividiu opiniões. Alguns apoiam e replicaram a cena visando humilhar Éder Mauro; outros teceram severas críticas a Helder pela atitude considerada descabida.
Éder Mauro aproveitou o fato e fez marketing reverso visando aumentar as críticas ao governador e, de quebra, ganhar politicamente com o ocorrido. Artes foram criadas reforçando o papel da “peruca”, valorizando, portanto, o seu uso. A questão é que Éder Mauro e sua turma erram também, pois muitos usam o acessório não só por estética, neste caso procurando esconder a escassez capilar, mas em casos mais graves, como as vítimas de escalpelamento, que se tornou uma tragédia, sobretudo, em cidades ribeirinhas.
Belém às vésperas de sediar a COP-30, ainda por resolver sérios problemas estruturantes, se vê em meio a um debate sobre o uso de peruca e com alto nível de baixarias de ambos os lados. Quem provoca usando o acessório como foco erra e o outro lado que visa ganhar com isso segue o mesmo caminho. Muito lamentável.
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