Tarcísio de Freitas nunca teve um longo histórico bolsonarista. Compôs, inclusive o segundo escalão do governo de Dilma Roussef (PT), quando dirigiu o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). É um engenheiro de formação e militar da reserva, é verdade, mas nunca teve postura de extrema-direita, como se pode pensar.
Sua atuação sempre na área de transporte o levou por diversos caminhos dentro da estrutura estatal até chegar ao cargo de ministro de Estado, respondendo pela infraestrutura do país no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao compor a gestão passada, sua narrativa se direcionou mais à Direita por inércia. Se tornou logo um dos poucos auxiliares diretos do ex-mandatário nacional que era reconhecidamente competente. De postura técnica, ainda buscando uma postura política, Tarcísio se tornou o nome bolsonarista na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Se elegeu derrotando Fernando Haddad, hoje ministro da Economia de Lula. Neste blog se afirmou que o governo Tarcísio se tornaria o reduto bolsonarista depois da derrota na eleição presidencial. Tal transferência de base ou grupo político aconteceu, mas de forma homeopática, não ocorrendo uma diáspora bolsonarista, como esperado. O outro ponto levantado dizia respeito à postura do governador paulista, manteria a postura extremamente crítica em relação ao governo federal? Ou seria de perfil pragmático?
Quem apostou na segunda opção acertou. Tarcísio se coloca como oposição ao governo Lula, todavia, mantém o diálogo, se faz presente quando é chamado em Brasília e participa de eventos ao lado do presidente em solo paulista.
Tarcísio sabe que travar embate com Lula não é a melhor estratégia. Recomendado manter uma relação republicana visando disputar à reeleição em São Paulo e lá na frente, sem Lula, disputar a Presidência. Todavia, nessa questão há outro ponto: a postura mais pragmática do governador de São Paulo, poderá lhe afastar da base que o elegeu e a quem ele deve o que se tornou hoje?
Esse é o dilema de Tarcísio de Freitas. Precisa manter o discurso bolsonarista e, quase que ao mesmo tempo, ser pragmático na figura de governador. Esse equilíbrio não será fácil, mas pelo visto, é o escolhido pelo citado.
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