Executivos de mineradoras acreditam que a maneira do setor seguir em frente é por vias sustentáveis. A pauta deu o tom das declarações do segundo painel de debates promovido pelo Projeto Eloos, em Nova Lima (MG), nesta segunda-feira (22).
Rodrigo Vilela, CEO da Samarco, afirmou que a empresa segue pedindo desculpas pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, que ocorreu em novembro de 2015.
“Somos conscientes dos impactos que causamos em todas essas esferas, estadual, municipal, para os nossos pares mineradores, para a Justiça”, afirmou. “Não vai mais acontecer.”
“Temos que melhorar nossos processos. Jamais vamos conseguir recompor o meio ambiente do jeito que era”, adicionou Paulo de Tarso Morais, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais.
Morais defendeu que o caminho para a tão sonhada sustentabilidade é a diversificação econômica das companhias mineiras. “Há preocupação com o legado que essas atividades deixarão nos nossos municípios”, adicionou.
A divulgação e refinamento das atividades do TCU (Tribunal de Contas da União) também foram vistas como alternativa. Antônio Anastasia, ministro do tribunal e ex-governador de Minas Gerais, explicou no evento que, onde há um centavo da União investido, há fiscalização assídua por parte do TCU.
“Ele ainda é muito desconhecido pela população. […] Toda política pública relativa da área de concessão, como é a da mineração, está objeto de regulação”, explica.
“No caso da mineração, estamos acompanhando a Agência Nacional de Mineração. Estamos satisfeitos? Não. A despeito do esforço, ela ainda está muito aquém do necessário para seu regular funcionamento”, desabafa.
“Precisamos se organizar, medir e comunicar melhor”, complementa Lucas Kallas, CEO da Cedro Participações.
Apesar disso, para Thiago Toscano, CEO da Itaminas, à luz no horizonte. “Temos grandes mineradoras que são sérias e podem alavancar os investimentos no nosso estado”, disse.
“Temos espaço para crescer e fazendo tudo certo.”
Por Sofia Kercher, colaboração para a CNN Brasil
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