Foi sem ser

O mundo acompanhava o que vinha acontecendo nos últimos dias no Reino Unido, em especial, na Inglaterra. A grave crise econômica, que desencadeou um problemático desabastecimento de alimentos e falta de energia, além de uma inflação que chegou a casa dos dois dígitos, criou uma enorme pressão ao governo e a recém empossada primeira-ministra Liz Truss, do Partido Conservador, que substituiu Boris Johnson.

Pois bem, Liz Truss renunciou hoje ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido, após uma grave crise de confiança atingir seu mandato. Segundo ela ao anunciar a sua renúncia, haverá um processo de escolha para definir quem será o novo premiê. A líder do Partido Conservador anunciou sua decisão ao Rei Charles 3º. Ela ficará no cargo até que o novo nome seja anunciado, que poderá levar semanas.

A questão é que se discute a sua sucessão diferente do processo que a levou ao comando do Reino Unido. Johnson, saiu por desgastes oriundos a escândalos pessoais, tornando insustentável a sua manutenção no cargo. Truss assumiu com enorme expectativa de resolver ou ao menos aliviar as dificuldades econômicas que o Reino Unido vem passando.

Se formos montar uma linha cronológica dos fatos para chegarmos ao atual cenário, temos que voltar ao ano de 2016, quando o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) foi votado e aprovado, com votação apertada (51% x 49%) o resultado foi deixar o bloco econômico europeu. Na prática, a saída propriamente dita, só ocorreu em 2020. Na sequência o que se viu foi um cenário econômico difícil.

Truss  assumiu defendendo uma plataforma de grandes cortes de impostos para estimular o crescimento. Prometeu, por exemplo, gastos bilionários com subsídios às contas de energia, que subiram mais de 300% nos últimos dois anos. O país, como outros, enfrenta as consequências da guerra na Ucrânia e os efeitos da pandemia. Mas a ausência de quaisquer detalhes de como os cortes seriam financiados levou os mercados ao colapso.

Truss se torna, dessa forma, a primeira-ministra com passagem mais rápida por Downing Street. No pronunciamento, foi breve: afirmou que não poderia mais seguir adiante com os planos traçados para ela na época de sua eleição, quando foi escolhida para substituir Boris Johnson. A premiê disse que este é um momento de grande “instabilidade econômica e internacional”.

A preocupação do Partido Conservador é que o seu maior adversário político, o Partido Trabalhista, possa crescer e até aumentar a sua presença no parlamento. O fato é que os conservadores governam há anos e o resultado não é bom, especialmente sobre o ponto de vista econômico. A de se considerar que o Bretix (responsabilidade total do eleitorado do Reino Unido, em especial da Inglaterra), somado à pandemia e à guerra na Ucránia, formaram esse cenário muito instável por lá. Os próximos dias serão decisivos para a política do Reino Unido.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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