França: Macron vence, mas a extrema-direita cresceu no país

Ontem, 24, o atual presidente francês, Emmanuel Macron venceu as eleições com 58% dos votos, contra 42% de sua adversária, a ultradireitista Marine Le Pen. De quebra, o atual mandatário nacional da França quebrou uma escrita: há 20 anos um presidente não conseguia se reeleger. Vale o registo que no citado pais, o mandato presidencial é de cinco anos.

A reeleição de Macron ocorreu por conta de uma ampla coalização de forças políticas, com intuito de evitar que Marine vencesse. Mesmo derrotada, a extrema-direita francesa, representada por Le Pen, nunca conseguiu tantos votos numa eleição presidencial. A rival conquistou 41,45% do eleitorado, quase oito pontos percentuais a mais em relação a 2017. Portanto, a plataforma ultradireitista avançou em solo francês.

O primeiro governo de Macron que se está se encerrado, não foi uma unanimidade na França. Seu índice de popularidade sempre oscilou entre 40% a 55%, nunca atingindo maior índice do que esse. O próprio reconhece em seu discurso após a confirmação de sua vitória que muitos votaram nele para fugir da extrema-direita, mesmo não o apoiando. Em uma eleição com a maior taxa de abstenção em 50 anos, a juventude francesa foi a protagonista, que praticamente decidiu a eleição a favor de Emmanuel.

No contexto geral, a campanha de 2022 teve como pano de fundo a invasão da Ucrânia e uma crise de custo de vida com a inflação em alta, além de vir depois de uma pandemia — a França de hoje não é a mesma de 5 anos atrás. Marine cresceu porque apostou no discurso econômico e de recuperação do poder aquisitivo do cidadão francês. Por outro lado, a sua narrativa foi menos incisiva que há cinco anos. Le Pen reconheceu a derrota, mas comemorou o próprio desempenho: ela obteve 41,45%, cerca de 12 milhões de votos, o melhor resultado da extrema-direita na história da França.

O presidente disse que os próximos cinco anos não serão uma continuidade dos cinco primeiros e que vai governar de forma diferente. Suas promessas englobam pontos como: investir mais em energia nuclear (matriz energética do país); alcançar a neutralidade de carbono até 2050; aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 65 anos e alcançar o pleno emprego. O centro do debate desta eleição sempre esteve no campo econômico. A segunda maior economia da União Europeia está estagnada. Por isso, a necessidade de Macron mudar o discurso e promover ações em prol da recuperação da economia.

Exemplo ao Brasil

Em que a eleição francesa nos serve como exemplo? Por lá, o receio do retorno de um governo de extrema-direita fez com que a sociedade – muitos descontentes com o atual presidente – se unissem em defesa da democracia, para manter Macron no poder. A insatisfação não teve um peso maior em relação a colocar um país em uma nova plataforma que não se tem garantias de melhora.

Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro (PL), indiscutivelmente um representante da extrema-direita, tenta se reeleger. Segundo todas as pesquisas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o atual mandatário brasileiro aparece em segundo lugar, atrás do ex-presidente Lula (PT). A questão é que Bolsonaro vem crescendo nos levantamentos feitos. Tudo indica que ainda há margem de crescimento para o atual presidente, o que deverá levar a disputa ao segundo turno.

Haverá, a exemplo da França, uma coalização no Brasil para evitar que Jair Bolsonaro continue no poder? A ver.

Imagem: reprodução de internet. 

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