IFI mantém projeção de crescimento do PIB em 1,2% e reforça alerta fiscal

O produto interno bruto (PIB) deve ter fechado o ano de 2023 com um crescimento próximo de 3%, mas deve perder um pouco de ímpeto em 2024 e encerrar o ano com um avanço de 1,2%. A projeção está na edição de janeiro do Relatório de Acompanhamento Fiscal, elaborado pela Instituição Fiscal Independente (IFI) e divulgada nesta quinta-feira (18).

Segundo o relatório, a expressiva expansão do agronegócio e o aumento da renda provocado principalmente pelo maior gasto público com transferências de renda, além da dinâmica do mercado de trabalho e da inflação, contrabalançaram os efeitos da política monetária contracionista e criaram o ambiente para um crescimento econômico maior no ano passado.

Para 2024, espera-se que esses fatores exerçam menos impacto, mas a redução das taxas de juros deve contribuir para sustentar o consumo e impulsionar os investimentos, diz a IFI. Mas é feito um forte alerta sobre o balanço fiscal brasileiro. Com base no levantamento realizado pela IFI, o déficit primário do Governo Central fechará o ano de 2023 em R$ 233,3 bilhões, no critério acima da linha.

É feita uma ponderação, no entanto, que este número carrega uma despesa não recorrente, com execução concentrada em dezembro, relativa ao pagamento do estoque de precatórios acumulados, após a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), no valor total de R$ 92,4 bilhões.

Assim, a IFI calcula que o déficit primário recorrente será de R$ 134 bilhões de reais, o equivalente a 1,2 % do PIB, muito próximo do que a instituição previa anteriormente (1,0% do PIB). “Apesar da ocorrência de um expressivo déficit primário, a meta fiscal para 2023 será formalmente cumprida, graças às exceções, à flexibilidade e aos abatimentos introduzidos pela PEC da Transição”, diz o texto. As deduções autorizadas pela legislação vigente na meta fiscal devem girar, segundo a IFI, em torno de R$ 261 bilhões de reais.

Meta desafiadora

Pelas regras do novo arcabouço fiscal, a IFI considera desafiadora a meta de zerar o déficit primário zero neste ano, mesmo com uma banda de tolerância de 0,25% do PIB. “Zerar o resultado primário em 2024, a partir de um déficit superior a 2% do PIB, em 2023, ainda que considerando despesas não recorrentes, não será tarefa fácil.”

O texto diz que tudo dependerá da eficácia do conjunto de medidas tributárias propostas pelo governo federal e aprovadas pelo Congresso Nacional, como a tributação de subvenções econômicas concedidas pelos estados, de fundos offshore e exclusivos, de apostas esportivas de quota fixa, as mudanças nas regras de dedutibilidade dos Juros sobre Capital Próprio, o Novo Regime de Tributação Simplificada do Imposto de Importação.

Todas essas medidas devem, naturalmente, ser desidratadas nas negociações visando sua aprovação durante a tramitação parlamentar, lembra a IFI. “O que certamente deverá reduzir a projeção inicial, presente na Lei Orçamentária Anual de 2024 (LOA), de uma receita adicional de R$ 69,7 bilhões.”

Com informações de InfoMoney. 

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

#veja mais

Governo Edmilson: superfaturamento, falta de planejamento e outras irregularidades mantêm suspensa compra de ônibus elétricos

Durante a sessão plenária desta quinta-feira (1), o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCMPA) decidiu, por unanimidade, homologar a medida cautelar que suspende

Negacionistas do negacionismo

O que vem se chamando de “Efeito Lula” é algo interessante sob o ponto de vista comportamental e político. Conforme tratado semana passada no Blog,

A Divisão do Pará de volta ao debate

No dia 11 de dezembro de 2011, ocorria o plebiscito que decidia – naquele momento – o futuro do Pará. Depois de um intenso processo

Pará: o receio da próxima semana

Segundo dados divulgados do consórcio de veículos de imprensa a partir de informações das secretarias estaduais de Saúde, ontem, 29, chegamos a 2,5 milhões de

Exclusivo: gastos dos senadores paraenses em maio de 2024

Em mais um levantamento exclusivo feito pelo Blog do Branco em relação às finanças públicas, tendo como base os números disponibilizados pelo Senado Federal, descobriu-se

A lógica da escolha dos vices foi invertida no Pará

Desde a campanha de 2002 ao governo do Estado do Pará, sempre se fez presente nas chapas que foram ao segundo turno ou que polarizaram