Inviabilidade Eleitoral

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Após todo o desgaste que o PSDB sofreu por conta das prévias que decidiu o nome do partido para a disputa presidencial, em que o governador de São Paulo, João Dória foi o escolhido em detrimento a Eduardo Leite, governador gaúcho, através de uma polêmica votação digital, parece que os atritos internos poderão em breve serem revividos.

Diferentemente do que se pensa, a questão sobre a candidatura do mandatário paulista ao Palácio do Planalto não está pacificada no ninho tucano. Muito pelo contrário, Dória venceu as prévias, mas está longe de ter o partido voltado ao seu projeto de poder. No ninho tucano afirma-se que o governador paulista desagregou mais do que agregou desde quando chegou ao partido, apadrinhado pelo ex-governador Geraldo Alckmin, que nem tucano é mais.

A questão gira em torno da viabilidade eleitoral de Dória. As pesquisas o colocam em uma condição muito desfavorável. Na média vai de 3% a 5% da intenções de voto. Dentro do escopo do que se chama Terceira Via, o tucano fica bem atrás de Sérgio Moro (Podemos), por exemplo.

O partido irá esperar até março para que Dória se mostre competitivo na disputa presidencial, o que cá para nós, é algo muito improvável. Caso contrário, haverá grande pressão interna para que ele desista de concorrer ao Palácio do Planalto e dispute a reeleição ao Palácio dos Bandeirantes, mesmo com os avançados acordos feitos pelo PSDB para que o vice-governador, Rodrigo Garcia, seja o candidato ao governo paulista.

O que cria uma barreira a Dória é o seu alto nível de rejeição. Na pesquisa Exame/Ideia divulgada recentemente, o governador paulista é o único que perderia para Jair Bolsonaro (PL) em um eventual segundo turno. Todos os outros pré-candidatos listados no referido levantamento venceriam o atual presidente.

O governador paulista é visto como um grande oportunista dentro e fora de seu partido. Desde quando descumpriu acordo de não concorrer ao governo, em 2018, deixando de cumprir o seu mandato de prefeito de São Paulo, compromisso feito em campanha, criando divisão interna, haja vista, que aquela altura Alckmin já vinha costurando acordos para a sua sucessão, sem cogitar Dória. O governador paulista só venceu as prévias porque, inevitavelmente, a força política do estado que governa é muito grande.

Todavia, as turbulentas prévias tucanas foram exemplo da falta de apoio do partido a Dória. O PSDB que perdeu o protagonismo nacional com a ascensão do bolsonarismo (diferente do que a maioria pensa, não foi o PT o maior derrotado) e tenta de todas as formas recuperar o espaço perdido. Se conseguir, não será com João Dória.

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