Lula teve 40% de veto derrubados em seu primeiro ano. Bolsonaro apenas 10%

A estratégia de distribuir ministérios entre partidos políticos para construir uma base parlamentar não garantiu vida fácil ao presidente Lula no Congresso em 2023. Ele teve, proporcionalmente, quatro vezes mais decisões derrubadas pelos parlamentares do que o seu antecessor, Jair Bolsonaro em 2019. Em seu primeiro ano de governo, Bolsonaro não negociou cargos com legendas, prática que só veio a adotar em 2020, quando virou alvo de uma enxurrada de pedidos de impeachment na Câmara.

Levantamento exclusivo do Congresso em Foco revela que deputados e senadores reverteram 91 trechos de vetos presidenciais no ano passado. Desses, 41 estão relacionados ao chamado marco temporal das terras indígenas. Outros 104 trechos rejeitados pelo petista foram ratificados pelo Congresso Nacional. Ou seja, só 46,43% das decisões de Lula apreciadas foram mantidas.

No primeiro ano do governo Bolsonaro, os parlamentares derrubaram somente 57 dos 511 trechos vetados pelo então presidente – ou 10,04% dos vetos analisados. O maior revés de Lula se deu na votação dos vetos ao marco temporal para demarcação das terras indígenas. Em outubro, o presidente vetou integralmente a tese, que limita a demarcação de terras indígenas às áreas ocupadas pelos povos nativos até a promulgação da Constituição de 1988.

Congresso à direita

Especialistas ouvidos pelo Congresso em Foco indicam diferentes possibilidades para explicar a diferença entre os primeiros anos de Lula e Bolsonaro. O primeiro deles é o perfil do Congresso, mais conservador do que a presidência petista.

“Temos que aceitar uma dose de conflito. O conflito não é algo inerentemente negativo, ele faz parte. É normal. O Congresso está mais à direita e o presidente, mais à esquerda”, afirma o cientista político Ricardo de João Braga, um dos coordenadores do Congresso em Foco Análise, responsável pelo Painel do Poder.

Essa análise encontra eco entre congressistas governistas ouvidos pelo Congresso em Foco. Para eles, houve dificuldade para avançar em negociações com certos grupos porque a eleição de 2022 foi apertada e muitos parlamentares continuaram com uma posição mais fechada para o diálogo.

Há também a visão, entre governistas, de que o Congresso se acostumou a ter mais poderes do que o normal, tendência que teria sido reforçada durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro. Para alguns parlamentares, durante quase oito anos o Congresso Nacional teve mais espaço para tomar decisões no país.

Com informações de Congresso Em Foco (adaptado pelo Blog do Branco).

Imagem: O Tempo. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Audiência Pública do MP e UFRA aborda saneamento básico em Parauapebas

Realizada no auditório do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em Parauapebas, nesta quarta-feira, 03, a Audiência Pública contou com a parceria da Universidade

Declaração do Imposto de Renda 2023 entra na reta final

A temporada de entrega da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física 2023, ano-base 2022, acontece entre 15 de março e 31 de maio. Cerca

Exclusivo: gastos dos senadores paraenses em setembro de 2025

Em mais um levantamento exclusivo feito pelo Blog do Branco em relação às finanças públicas, tendo como base os números disponibilizados pelo Senado Federal, descobriu-se

Prefeitura de Parauapebas é investigada por tratamento desigual entre religiões e possível violação da laicidade do Estado

Em junho deste ano, durante uma sessão solene, realizada na Câmara Municipal de Parauapebas, alusiva ao Dia do Evangélico, o prefeito Aurélio Goiano, protagonizou um

Federação: órgão máximo do PSDB dá aval à união com Podemos

A convenção nacional do PSDB aprovou nesta quinta-feira (5) a união da sigla com o Podemos. Em reunião com dirigentes e parlamentares tucanos de todos

Parauapebas: servidores públicos da Câmara receberão pela 1ª vez abono natalino

Com uma gestão marcada pela inovação nas ações, a atual Mesa Diretora da Câmara Municipal de Parauapebas (CMP) encerra seu primeiro ano de gestão com