Macron em Belém foi a certeza que Edmilson perdeu o apoio de Brasília

Apesar dos sérios e históricos problemas de infraestrutura de Belém que, primeiramente, envergonham os moradores da capital e, em seguida, os que a visitam a capital do Pará, que será a sede da COP-30 no próximo ano. E isso a fez ser ponto de parada no Brasil da comitiva liderada pelo presidente francês Emmanuel Macron. A preocupação era como Belém e seu lixo e canais abertos sem infraestrutura seria vista pelo mundo (o que a está altura do campeonato não é nenhuma novidade).

Como não se resolve desmandos de décadas em um passe de mágica, a medida paliativa encontrada para esconder o lixo e os canais abertos foi tapá-los com tapumes no trajeto de deslocamento de Macron, que já era do conhecimento tanto das autoridades locais.

A tática usada pelos organizadores do evento foi levá-lo do avião direto para a Estação das Docas, o que diminuiria o impacto visual por ser o cartão-postal da capital, para na sequência o fazê-lo conhecer à região insular, mais especificamente a Ilha do Combú. Ou seja, a Belém continental que será a base de realização do evento, foi evitada, pouco ou quase nada explorada por Macron, com receio de que o presidente francês retornasse ao Velho Continente reforçando o coro da mudança da sede do evento para outra capital brasileira.

Emmanuel desembarcou em Belém em meio a intensa disputa política. Teve que fazer malabarismo entre um prefeito que aproveitaria sua visita para tentar manter o acordo com o presidente Lula em torno de reeleição. De um governador que tutelou a COP-30 e a usa como instrumento de expansão política visando voos maiores; além de um presidente que vive em delicado momento de crescimento de sua impopularidade. Esse foi o cenário político encontrado pelo líder francês, que deve ter sido avisado previamente por seus auxiliares.

A visita de Macron foi, digamos, didática. Péssima politicamente para Edmilson Rodrigues. O prefeito de Belém se resumiu a recepcionar Lula no aeroporto. Nada além disso. Não foi, por exemplo ao Combú, não saiu nas fotos com a maior autoridade francesa. Foi, de fato, desprezado.

Tal fato, deixa claro que o atual prefeito de Belém se quiser se manter por mais quatro anos no Palácio Antônio Lemos, terá que “lutar contra tudo e contra todos”. Pelo visto, Lula não irá comprar briga pela reeleição de seu aliado histórico, seguindo as orientações de seus articuladores em relação às disputas municipais. Cabe ao mandatário nacional em nome de sua antiga amizade com Edmilson, torcer para que o mesmo possa ir ao segundo turno contra, possivelmente, uma candidatura bolsonarista, para que Lula retorne a Belém.

Em relação à COP-30, o mandatário da capital montou uma agenda paralela em relação à agenda estadual, liderada pela vice-governadora Hana Ghassan, cumprindo ordens do governador Helder Barbalho. As ações lideradas pela máquina municipal passaram longe de Macron, envolvido nas promessas dos governos federal e estadual em relação ao evento global.

A vinda de Macron a Belém foi a confirmação do isolamento político de Edmilson. Sem apoio público de Lula e lutando contra bolsonarista e os aliados da máquina estadual, sua estada no Palácio Antônio Lemos parece próximo do fim. Podendo se tornar um mero telespectador da COP-30 em seu reduto político. A conferir.

Foto: Ricardo Stuckert. 

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