Menos debates, mais propaganda; a tônica da disputa pelo governo do Pará

A campanha ao governo do Pará entra em sua última semana, porém uma situação parece ter passado despercebido, ou, senão, sua ausência despertou pouco interesse: a falta de debates entre os candidatos ao governo do Pará. O único até agora a ser realizado foi o da Record, ocorrido no último sábado (29), simultaneamente realizado em outros entes federativos pela emissora, porém em horário questionável.

Historicamente a Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), de propriedade dos Barbalho, sempre realizou o evento, seguindo inclusive a determinação da Bandeirantes de promover simultaneamente o confronto entre os candidatos aos governos estaduais na mesma data. No dia 18 de agosto, a primeira rodada de debates foi realizada nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. No Pará não ocorreu e nem acontecerá.

O blog entrou em contato por e-mail enviado no último sábado pela manhã a redação da RBA, e até a publicação desta postagem não obteve retorno sobre a justificativa da não realização do tradicional evento. Teoricamente se fosse realizado, o candidato do MDB estaria “em casa” e poderia levar vantagem. Então partiu de seus adversários o cancelamento? Ou do próprio ex-ministro? Que ao liderar as pesquisas, prefere não se expor, uma tática eleitoral antiga e muito usada por quem lidera pesquisas.

Pelo visto, o único debate a ser realizado será o da TV Liberal, confirmado para a próxima terça-feira (02). Os estúdios da afiliada da Rede Globo no Pará sempre foram um campo hostil aos Barbalho, mas que ultimamente deixou de ser, por conta das mudanças internas dentro das Organizações Rômulo Maiorana (ORM), provocadas pelos conflitos familiares. Portanto, o risco eleitoral que antes era esperado no tradicional último debate, possivelmente deixou de existir para Helder Barbalho.

Com menos debates de ideias e propostas, menos confrontos entre projetos e mais propaganda em uma eleição mais curta, a disputa torna-se um desastre anunciado. O eleitor em sua maioria desconhece as propostas e pretensões dos candidatos ao governo do Pará; muitos votarão por impulso ou até mesmo pelo processo de desconstrução que ambos os candidatos promovem entre si.

O Pará é um ente federativo que apresenta um dos piores quadros sociais do território brasileiro. Entre os seus 144 municípios, um deles, Melgaço, situado no arquipélago do Marajó, ostenta a liderança nacional de pior municipalidade brasileira no ranking do IDH. Em meio a este perverso quadro social, inversamente proporcional a pujança econômica produzida pelo território paraense, se construiu a atual disputa eleitoral pelo Palácio dos Despachos, sustentada desta vez em menos debate e mais propaganda. Estamos no meio de um vazio de ideias e propostas, que ao deixarem de serem debatidas, passaram a serem apenas pretensões. Pior para o Pará.

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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