Está mais do que claro que a pré-candidatura do Palácio do Planalto, do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), como se diz no jargão popular: “subiu no telhado”. Estava garantida pelo Podemos, mas deixou de existir quando Moro decidiu mudar de legenda. Em sua nova “casa”, resultado da fusão entre DEM e PSL, parte do partido (liderada pelo ex-prefeito de Salvador, Antônio Carlos Guimarães Neto) não quer Moro em disputa presidencial, no máximo candidato ao Senado ou a Câmara Federal, ambos por São Paulo – o novo reduto eleitoral do ex-ministro do governo Bolsonaro.
Com Sérgio Moro fora da disputa presidencial, seu volume de votos que somavam em média 8%, irão para quem? A tendência é irem em sua maioria para o próprio presidente Jair Bolsonaro. A razão é simples e até obvia. Moro reuniu em torno de seu nome, majoritariamente o eleitorado que se apresenta arrependido de ter votado em Jair Bolsonaro, em 2018. Também entra na conta uma ala Bolsonarista menos radical, a que resolveu mudar de posição, desiludida com o atual governo. Uma outra parte dos votos de Moro pode ir para um nome que ainda poderá ser lançado em consenso pela Terceira Via, que teria, em tese a preferência do eleitorado morista.
De todo modo, a desistência – ainda que forçada – de Moro, por não tem apoio de parte do União Brasil, foi altamente benéfica ao atual mandatário nacional, que já, diga-se de passagem, vem registrando crescimento sustentável nas pesquisas. Os próximos levantamentos poderão medir essa transferência de votos do ex-juiz.
O Podemos após a saída de Moro, começa a juntar os cacos. Levantamentos prévios dão conta que a legenda gastou algo em torno de R$ 3 milhões de reais com a pré-candidatura do ex-juiz. Nessa conta, inclui as despesas de viagem, hospedagem, alimentação e segurança que o ex-ministro fez a São Paulo, para assinar a sua ficha de filiação ao União Brasil. Moro recebeu de novembro do ano passado até março deste ano, algo em torno de 115 mil reais de “salário”, que em tese, é uma ajuda de custo, pago pelo partido para que ele pudesse se manter.
A derrocada de Sérgio Moro é impressionante. A inexperiência tem um alto preço na política.