O dilema de Moro

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, precisa definir o seu futuro político. O citado desembarca no Brasil para primeiro, definir a sua filiação, que espera-se que seja no Podemos. Em seguida, filiado, Moro precisa definir se será candidato à Presidência da República – como prefere a maioria de seus apoiadores – ou ao Senado Federal, pelo Paraná ou por São Paulo, como preferem alguns.

Moro está tentado se lançar ao Palácio do Planalto, todavia, sabe que é uma aposta de risco. Não há garantia que consiga ir ao segundo turno, portanto, tendo que superar – segundo as pesquisas – o presidente Jair Bolsonaro, haja vista, que Lula está bem à frente nas medições de intenção de voto.

O ex-ministro tenta se viabilizar como o nome a ser lançado pela Terceira Via, que já está muito inchada com, até o momento, dez pré-candidaturas. Não há garantia que possa haver essa convergência do Centro a Moro, o que torna mais difícil ainda a sua pretensão de estar no segundo turno.

A opção pelo Senado seria mais segura. Mesmo tendo apenas uma vaga em disputa para cada ente federativo, a chance de Moro se eleger e ter imunidade parlamentar é muito maior. Não há nenhuma indicação em levantamento feito sobre a disputa presidencial que o coloque competitivo.

Se o ex-juiz for candidato ao Palácio do Planalto, tal decisão será ruim para as pretensões de reeleição de Jair Bolsonaro. Os chamados “moristas” são quase que, em sua totalidade, ex-bolsonaristas, que hoje apoiam o ex-magistrado, muito em função da operação Lava Jato, que foi abandonada pela agenda do atual governo. Portanto, Moro candidato à Presidência da República tira votos de Jair Bolsonaro, mais do que qualquer outro candidato do campo centrista.

Cabe a Sérgio Moro decidir se arrisca o seu futuro político se lançando candidato à Presidência da República ou a uma cadeira ao Senado Federal? O que o ex-ministro sabe é que precisa ter imunidade parlamentar, pois deverá responder por alguns crimes que cometeu na condição de juiz. Vejamos: o primeiro deles é que, naquele momento, não existia ordem judicial para ter gravado uma conversa telefônica. E Sérgio Moro sabia disso. O segundo crime que ele cometeu – e ele sabe perfeitamente – é que um juiz federal de primeira instância jamais poderia ter interceptado a gravação de uma presidente da República, muito menos tê-la divulgado, como fez.

Pois bem, estes crimes, hoje, depois de cinco anos começam a ser reparados pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente anulou todos os julgamentos feitos pelo juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula. O objetivo da Lava Jato era político. É consenso que o agora ex-magistrado precisa pagar pelos crimes que cometeu. Porque não foram somente contra ex-presidentes, e sim contra a própria democracia brasileira, contra o próprio país, e que mudaram os rumos da eleição presidencial de 2018.

Moro precisa resolver o seu dilema.

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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