O Palácio aos interiores

O estado do Pará é historicamente conhecido com um território continental e que sempre reuniu historicamente diversas “ilhas” internamente, haja vista as dificuldades de interligação entre as suas diversas regiões, muitas dessas com limitações naturais, como por exemplo, o Oeste do Pará, quase todo percorrido pelos rios ou pelo ar.

Esses isolamentos alimentam há décadas movimentos separatistas e a criação de novos estados dentro do território paraense. De forma prática, essa pretensão se tornou mais real em 2011, quando ocorreu o plebiscito pela divisão do Pará, em que se pretendia criar os estados do Tapajós e Carajás, no Oeste e Sul e Sudeste paraense, respectivamente. O “Não” venceu, mantendo a integridade territorial do Pará, mas as suas diferenças regionais continuam.

Helder Barbalho se elegeu sobre o mote de campanha de promover uma gestão Presente, e esse será o seu desafio nos próximos quatro anos, o de diminuir através de ações institucionais as graves assimetrias regionais que perduram há décadas no território paraense. Não há mágica a ser feita. A começar (e isso tratei pessoalmente com o governador por ocasião de minha participação em almoço promovido pelo mandatário estadual aos jornalistas no Palácio do Governo, em fevereiro) pelo orçamento estadual, ainda muito concentrado na Região Metropolitana de Belém (RMB) em detrimento ao restante do Pará. Como promover tal presença do Estado sem recursos, sem investimentos?

Recentemente em Marabá, o governador Helder Barbalho tratou do tema e afirmou que iria transferir por alguns dias a sua gestão, a priori para os Centros Regionais de Governo, localizados em Marabá e Santarém. Depois de ser questionado sobre o arquipélago do Marajó, o governador incluiu o município de Breves também como sede temporária do Poder Executivo.

E, nas próximas semanas, nos dias 21, 22 e 23 de março, Santarém receberá o primeiro escalão do governo estadual. A proposta é ouvir de perto as demandas locais, haja vista, que Santarém por sua importância, responde pelo Oeste paraense. Marabá receberá a sede do governo nos dias 3, 4 e 5 de abril, aproximando o governo das regiões Sudeste e Sul; e por fim, Breves receberá o Executivo nos dias 10, 11 e 12 de abril, respondendo pelo Marajó.

Tal processo almejado pelo governador só terá êxito, ou atingirá minimamente seus objetivos, se estiver contemplado em um novo orçamento, menos centralizado na RMB. Caso contrário, a narrativa se perderá e a pressão aumentará, fazendo com que o mote de campanha (que em parte o elegeu) poderá ser a “pedra no sapato do governo”. A ver

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

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