Marabá: Helder assina contratos para a verticalização da cadeia mineral

O governador do Pará, Helder Barbalho, participa nesta terça-feira (5), da cerimônia de assinatura de contratos pela empresa Vale para a implantação do projeto TecnoRed, em Marabá, que tem por objetivo a construção de uma planta siderúrgica com a capacidade de produção de 500 mil toneladas de ferro gusa, proporcionando a verticalização da produção minerária do Estado. O investimento é de mais de R$ 1,6 bilhão.

O projeto, que será implantado no Distrito Industrial do município, permitirá a produção de ferro gusa com baixa emissão de carbono (gusa verde), e deverá gerar, na fase de implantação, 2,6 mil empregos diretos e indiretos e 400 postos de trabalho na fase operacional. Ao longo de toda a sua vida útil, o projeto tem a expectativa de gerar R$ 15,2 milhões em salários por ano e R$ 350 milhões em exportações anualmente.

De acordo com a empresa, a iniciativa conta com uma tecnologia inovadora que permitirá a produção de ferro-gusa (usado na fabricação do aço) a partir da substituição de combustível fóssil por biomassa, reduzindo significativamente as emissões de carbono. Desenvolvida ao longo dos últimos 35 anos, a tecnologia permite, ainda, a eliminação de etapas anteriores à produção do aço na usina siderúrgica, proporcionando a redução na emissão de gases do efeito estufa.

Além da presença do governador, a cerimônia contará também com a participação dos presidentes da Vale, Eduardo Bartolomeo, e da TecnoRed, Leonardo Caputo. Foi o que informou a Agência Pará.

Se faz necessário lembrar que, tal pretensão econômica não é nova dentro da cadeia de produção do minério de ferro e sua tão esperada verticalização em nossa região. Como esquecer do projeto Alpa (Aços Laminados do Pará)?

Sonho da Alpa

Em 2008, os governos federal e estadual do Pará, anunciavam que estava “fechado” o acordo para a implementação de um dos maiores projetos que o estado do Pará já havia recebido: a construção de uma gigantesca siderúrgica, que seria localizada em Marabá, a ALPA (Aços e Laminados do Pará), que teria a função de produzir aço, implementando a tão sonhada verticalização da cadeia do ferro.

O referido projeto nasceu de uma grande disputa nos bastidores. O então presidente Lula e a ex-governadora Ana Júlia Carepa, ambos do PT, cobravam da mineradora Vale a implementação de uma planta industrial no Pará que verticaliza-se a produção do ferro, agregando valor ao produto. Meses e meses de negociações entre os referidos governos e a empresa, chegou-se a um acordo. A Alpa seria uma realidade, construída em Marabá, ao custo de 5 bilhões de reais (valor da época).

Terreno foi concedido pelo governo do Estado a mineradora, que construiria naquele lugar a siderúrgica. As primeiras expectativas indicavam que a obra seria inaugurada em 2010, ainda nos governos que negociaram a sua construção. A hidrovia Araguaia-Tocantins seria a contrapartida do Governo Federal para criar o “corredor” de escoação da produção da siderúrgica. Anos se passaram, houve troca de comando na presidência da mineradora, mudanças nos governos federal e estadual (no Pará com o retorno do PSDB ao Palácio dos Despachos) e nem os poderes públicos citados e nem a empresa cumpriram as promessas.

Alpa alimentou o sonho das pessoas que residem no sul e sudeste paraense, especialmente os habitantes de Marabá que viam na obra a esperança de dinamizar a economia daquele município e de toda a região. Já se vão 11 anos entre o lançamento do projeto e os dias atuais. A Vale tratou o assunto como página virada. Nunca se percebeu esforços por parte da mineradora em tornar a Alpa uma realidade, justificando a inércia sobre o caso pela falta de cumprimento dos acordos por parte dos governos, neste caso a falta da hidrovia.

Será que agora vai?

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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