O problema caseiro de Helder

Em política é normal ocorrer apadrinhamentos, ou seja, uma pessoa mais influente ou poderosa, escolhe outra para que essa seja a médio ou a longo prazo, o seu sucessor. Exemplos não faltam em todas as esferas de poder. Pois bem, uma relação de apadrinhamento começou a ocorrer em 2018, quando o então ministro de Estado e pré-candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho, do MDB, começou a se aproximar de Daniel Santos, então no PSDB, e que presidia a Câmara de Vereadores de Ananindeua, e que viria se lançar a deputado estadual. O então auxiliar de Michel Temer trabalhava nos bastidores para que Santos deixasse o ninho tucano e embarcasse na nau emedebista, o que, de fato, ocorreu depois daquelas eleições.

Daniel Santos se elegeu o deputado estadual mais votado do Pará, em 2018, com pouco mais 112 mil votos, pelo PSDB. Em seguida, ao ser escolhido para presidir a Assembleia Legislativa (Alepa), decisão feita por Helder Barbalho, então governador eleito, fez com que o o ex-vereador de Ananindeua fosse “expulso” do ninho tucano, passando a integrar o MDB. Na sequência dos fatos e seguindo a estratégia de Barbalho, Daniel se lançou candidato a prefeito de Ananindeua (cargo que Helder exerceu por oito anos) em 2020, vencendo de forma esmagadora em primeiro turno. Mais uma etapa da estratégia estava finalizada.

O Blog do Branco vem tratando da trajetória do agora mandatário da segunda maior cidade paraense, desde 2017, quando Santos era vereador. São inúmeros artigos e até uma entrevista exclusiva realizada em maio de 2019, quando Daniel presidia o parlamento estadual. Todo esse material atesta essas análises, algumas antecipadas. Na relação entre os citados. Como já dito, o processo seguiu etapas.

Em sua atuação após ter virado deputado, claramente, Daniel resolveu seguir o modus operandi que Helder promove em suas redes sociais. Na prática: ter agenda cheia, toda ela publicitada; forte presença nas redes sociais, em muitas das vezes interagindo pessoalmente com seus seguidores; aparecer in loco e ser personalista. Atualmente está sendo assim desde quando Santos assumiu a Prefeitura de Ananindeua, e vem seguindo à risca o seu tutor, digamos, tutor.

A questão é que essa relação entre Barbalho e Santos vem de um tempo para cá muito estremecida. Qual o motivo? Daniel não quer ser submisso a Helder. Inclusive, o atual prefeito de Ananindeua deixa claro que pretende concorrer ao governo do Pará, em 2026. Algo que o atual mandatário estadual não vê com bons olhos. Um ponto que tencionou a relação de ambos, foi a decisão de Santos em lançar a esposa, Alessandra Haber, como deputada federal que, aliás, foi a mais votada nessas eleições.

Informações de bastidores repassadas ao Blog do Branco dão conta que, em breve, Daniel Santos deverá deixar o MDB. Ele sabe que não será o escolhido para suceder Helder, em 2026. O que se diz é que o atual prefeito de Ananindeua poderá retornar ao ninho tucano, hoje controlado indiretamente por Helder. Há uma engenharia política feita por Santos, em que o seu vice eleito deputado estadual assuma o partido, em breve.

Uma outra fonte falou ao Blog do Branco que poderá ocorrer – a ser melhor apurado – a possibilidade de Santos concorrer à Prefeitura de Belém, em 2024, e Erick passaria a disputar a sua cadeira em Ananindeua. O objetivo da dupla seria controlar os dois maiores colégios eleitorais do Pará.

Atualmente, Helder tem um problema doméstico na política para resolver. Manter Daniel Santos em seu partido e ir “cozinhando” o atual prefeito de Ananindeua até o limite; ou tratá-lo como adversário e promover logo esse rompimento, que a cada dia parece ser inevitável. Na verdade, Milton Taveira, o fundador do movimento político chamado “República de Ananindeua”, que faleceu abril, lamentou pelo seu erro aos mais próximos em relação a Daniel Santos.

Imagem: reprodução Internet. 

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