Está mais do que claro: o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) não deixará em “paz” o Palácio do Planalto, enquanto estiver à frente do parlamento federal. A postura do deputado alagoano nem deveria ser encarada como algo novo, ou causar surpresas, justamente, por ter declarado (com direito a uso de camisa de candidato) apoio à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha presidencial de 2022. Portanto, Lula (PT) não era o presidente que o citado deputado queria.
Lira se escora e se fortalece justamente porque sabe que o Congresso Nacional na atual legislatura é ainda mais conservador e liberal. Sabe também que o governo atual venceu com margem mínima nas urnas. Portanto, o país ainda se configura politicamente bem dividido.
O Governo Lula completará seis meses de gestão nas próximas semanas. E, ainda, não se tem base governista definida. Ela é volátil, até mesmo entre os partidos que possuem ministérios, o que faz com que cada votação na Câmara, seja um “Deus nos acuda” aos articuladores do Palácio do Planalto. Lira impõe o ritmo que quer. Não se dobra aos pedidos do governo. Mostra total autonomia e impõe suas vontades até ao Senado Federal, criando clima de rivalidade com Rodrigo Pacheco (PSD).
O protagonismo exagerado de Arthur Lira é resquício do poder obtido pelo parlamento no governo Bolsonaro, que tornou-se refém, com mais de uma centena de pedidos de impeachment. Além disso, é reconhecido como um exímio articulista.
Há forte cobrança para que o presidente Lula se faça mais presente na relação política com o Congresso. O próprio Lira cobrou isso. O atual presidente da Câmara dos Deputados tornou-se o rei de Brasília.
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