Estive em Belém neste último fim de semana, em decorrência de atividades acadêmicas, e aproveitei para medir por onde passei, o termômetro político da capital paraense. Durante o entre e sai de veículos de aplicativos, a indagação de sempre: “como você avalia a gestão do prefeito Zenaldo Coutinho?”. Todos foram unânimes: péssima. A pior já vista.
A questão central nem é essa, mas quem será o indicado pelo alcaide municipal para a sua sucessão. Será um correligionário? Ou, a exemplo de Simão Jatene, buscará um nome fora do ninho tucano? Independente do escolhido, o desafio será enorme. Defender uma gestão desastrosa, considerada a pior que já passou pelo Palácio Antônio Lemos, não será tarefa fácil, independente de quem for o ungido.
Nos bastidores informações dão conta, o que foi citado no “Repórter 70”, a coluna mais famosa do jornal O Liberal, que o prefeito Zenaldo trabalha atualmente com dois nomes, ambos fora do PSDB: deputado federal Cássio Andrade (PSB) e o deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania, antigo PPS). O primeiro sempre teve relação próxima ao mandatário municipal, muito próximo dos tucanos, antes na esfera estadual, agora na municipal. Araújo é um outro nome que chama atenção. Está em seu segundo mandato como deputado estadual, sendo outro muito próximo ao PSDB.
Pelo visto, a estratégia de Coutinho é escolher um nome de fora de seu partido. E essa indicação tem como característica (até para tentar se salvar politicamente, frente ao desastre promovido no Palácio Antônio Lemos) a novidade, ou seja, um candidato que tenha rejeição mínima, que se apresente como uma opção de renovação. Ambos os nomes se apresentam como tal. Não se pode esquecer que essa relação entre o PSDB e PSB, controlado por Cássio, é longa. Na esfera municipal data quando Zenaldo chegou ao Executivo da capital. O PSB no primeiro mandato do atual prefeito, controlava por ter vice-prefeita.
Sob a questão tratada aqui, Cássio Andrade seria o favorito. Não só pelo nível de rodagem na política paraense, mas por seu partido, o PSB, tem relevante estrutura. Seu mandato de deputado federal está muito bem avaliado. O que pesa é ser o indicado, portanto, ter Zenaldo Coutinho e toda a sua carga negativa, ao lado. O que se pode apontar mesmo é que o prefeito de Belém, não deverá escolher um correligionário para lhe suceder. O ungido, a exemplo do que aconteceu na disputa estadual, em 2018, deverá ser de partidos aliados.
O peso da indicação de Helder
Conforme tratado aqui em outros artigos, na eleição do ano que vem para a Prefeitura de Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, terá um peso muito significativo. A sua gestão é bem avaliada pela ampla maioria, e isso será usado pelo mandatário estadual junto ao eleitorado, com a narrativa da necessidade de ação conjugada entre as esferas de poder. E tal importância de Helder na disputa pelo Palácio Antônio Lemos se confirma, por exemplo, na pesquisa do Instituto Iveiga, de propriedade do cientista político, Edir Veiga, que apontou que 34% dos entrevistados, afirmaram que votariam com certeza no nome indicado pelo governador. Cabe a Helder escolher a melhor opção. A prioridade é – como já dito – controlar a Prefeitura de Belém, a exemplo do município vizinho, Ananindeua que já pode ser considerado reduto mdebista.