O vice de Helder. Parte I

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A disputa eleitoral que se avizinha, em particular, a que se refere ao Governo do Pará, apresentará um fato muito relevante. Quem será o escolhido como vice na chapa de Helder Barbalho (MDB)?

As pesquisas apontam que, caso não ocorra nada de anormal, o atual mandatário estadual será reeleito. A questão é saber se acontecerá já em primeiro turno. Ainda é precoce esse tipo de análise, mas há chances reais que a disputa pelo comando do Executivo paraense possa se encerrar no segundo dia do mês de outubro.

Dito isto, a questão que deverá permear os debates até o dia cinco de agosto, a data limite para a realização das convenções, é quem será escolhido para compor a chapa de Helder Barbalho? Tal escolha cresceu em importância justamente porque o atual mandatário estadual – dentro do seu projeto político, tratado por este Blog desde 2018 – tem como objetivo fazer dois mandatos de governador, deixando encaminhada a sua desincompatibilização do cargo, possivelmente em abril de 2026, prazo limite dado pela  Justiça Eleitoral para concorrer ao Senado Federal no lugar de seu pai, senador Jader, que deverá ao fim de 2026, encerrar a sua longa carreira política.

Por isso, a escolha do vice para compor a chapa deverá ser muito aguardada e disputada. Uma numerosa lista com opções políticas deverá ditar as pautas dos que analisam e escrevem sobre o tema. O vice deverá assumir o governo em abril de 2026, com grande chance de disputar a reeleição em 2030.

Helder Barbalho concorreu ao governo do Pará em duas oportunidades: 2014 e 2018. Na primeira disputa perdeu no segundo turno para Simão Jatene (ainda no PSDB, apesar de ter anunciado a sua saída do partido), tendo como vice em sua chapa o ex-prefeito e ex-deputado Lira Maia (DEM), que logo se mostrou não ter sido uma boa escolha. Não agregou eleitoralmente ao candidato do MDB, pois o santareno carregava grande rejeição.

Quatro anos depois, Helder definiu o seu vice no prazo limite, deixando para anunciar na convenção emedebista, realizada na data limite definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O escolhido foi o então deputado federal Lúcio Vale, que seria – conforme analisado por este Blog – à época, o salvo-conduto de Helder na Região Metropolitana de Belém (RMB), até então, reconhecidamente, um reduto tucano. A capital paraense e seus arredores decidiram a eleição de 2014 favoravelmente a Jatene.

Helder é extremamente personalista. Em seu governo, vice torna-se quase um artigo de decoração. Desta vez, o próximo escolhido poderá até ser, mas, caso o herdeiro político de Jader se mantenha no comando da política paraense, o primeiro de sua linha sucessória terá grande protagonismo no último ano da sua próxima gestão, podendo, quem sabe, se manter no poder por mais quatro anos.

Desta vez, o candidato a vice-governador na chapa de Helder Barbalho sabe que assumirá o comando do Executivo paraense. O atual governador sabe disso. Por isso, a escolha não será pautada apenas em acordos e em um nome que agregue eleitoralmente. O escolhido terá que carregar consigo algo imprescindível: confiança. A troca de comando precisa ser muito bem calculada. A estada em Brasília como senador talvez não seja tão longa. O retorno poderá ser antes de completar o mandato completo. A ver.

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