Foi divulgado no Bacana News, do jornalista Marcelo Marques, a notícia que o vice-governador Zequinha Marinho (PSC) havia se acertado com o governador Simão Jatene. No acordo, ficou definido que ambos os citados irão se desincompatibilizar dos seus respectivos cargos em abril (prazo limite para concorrer ao pleito eleitoral), abrindo caminho para a concretização na prática da melhor estratégia de Jatene: ter a possibilidade de concorrer em outubro (possivelmente ao Senado Federal) e deixar sentado em sua cadeira o deputado Márcio Miranda (DEM).
Miranda no cargo interino de governador poderá promover diversas ações e incorporar ao eleitor a personificação de um grande líder e gestor. Assim a estratégia de Simão estaria completa. De quebra, ainda lançaria a filha Izabela e o genro Ricardo Souza aos parlamentos federal e estadual, respectivamente.
Resta saber se – de fato – tal acordo é real. E o que foi oferecido a Zequinha Marinho para – se for verdade – ter aceitado apoiar tal estratégia que o tira da possibilidade de concorrer ao Palácio dos Despachos, além de governar na prática por alguns meses o governo.
Conforme afirmado pelo blog, com a indefinição, o vice-governador tornou-se a principal peça do tabuleiro político da disputa ao governo do Pará, pois, o avançar do processo dependeria da decisão de Marinho. Caso não aceitasse deixar o cargo em abril, forçaria Jatene a ficar até o fim do mandato, inviabilizando a candidatura de Simão a qualquer cargo.
Os analistas políticos sempre trabalharam na tese que, para Jatene convencer Marinho a deixar o cargo, teria que lhe oferecer uma vaga em um Tribunal de Contas, além do apoio da máquina à reeleição de Júlia Marinho, sua esposa, ao parlamento federal. Afirmei também em diversas postagens que Zequinha iria postergar ao máximo o anúncio da decisão. Ele sabe da importância que passou a ter na disputa. Deixou de ser um vice decorativo, isolado por Jatene desde o início da atual gestão, para ser o “tocador” do ritmo político-eleitoral.
Especulava-se (ou ainda se especula – pois o caso ainda está em caráter especulativo) que Marinho estava debandando para o lado da oposição, se aproximando dos Barbalho. Estaria em jogo o apoio de Helder para Zequinha concorrer ao Senado (possivelmente na vaga que Jader tendencia a renunciar) e de quebra, o apoio a sua esposa a reeleição na Câmara. De fato, essa aproximação houve (com entrevista regada de críticas a Jatene no jornal Diário do Pará).
Se as especulações estiverem certas, ou seja, sejam reais, Simão Jatene terá realizado uma das maiores articulações políticas dos últimos tempos no Pará. Colocará em prática todas as suas pretensões e desejos. Sairá favorito ao Senado, colocando a máquina a disposição de sua filha e genro, e de quebra com grande tendência de fazer o seu sucessor, garantindo assim a continuação da dinastia tucana (agora sob nova roupagem com Márcio Miranda) no poder. Ou esses rumores de acordo entre Zequinha Marinho e Simão Jatene não seria mais um “balão de ensaio” dos que ainda virão até junho? Façam as suas apostas…