Em agosto de 2019, Helder Barbalho (MDB) completava oito meses à frente do Poder Executivo paraense, e já começava a se destacar não só como governador, mas também como um grande articulador político. E isso, evidentemente por conta de sua atuação em Brasília, seu destino recorrente, quase semanal. O governador, agora reeleito, conseguiu construir uma ótima relação política quando esteve ministro (2015 a 2018), o que lhe permitiu transitar com desenvoltura pela Capital Federal.
Estava claro, naquele ano, que Helder tinha como meta voos políticos maiores, que incluía, por exemplo, ser presidente nacional do MDB, pretensão que ainda está em seu radar. Ele sabe que a legenda na qual é filiado desde quando iniciou a sua militância política, passa por uma ampla reformulação de seus quadros e Helder tem a chance de ser, quem sabe, o líder desse processo.
A seu favor conta ter sido o governador reeleito mais votado do Brasil, com mais de 70% dos votos válidos. No âmbito regional, o paraense se coloca como uma voz ativa e exerce certa liderança dentro do grupo de governadores que formam o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. Vale lembrar que, em maio do corrente ano, ele participou como palestrante da sessão principal intitulada “Parcerias Subnacionais para a Amazônia”, dentro do Fórum Econômico Mundial (FEM), em Davos, na Suíça. Durante o seu atual mandato, esteve em solo americano debatendo a questão climática.
O mandatário estadual vem tendo cada vez mais registrada a sua presença em programas nacionais como a CNN Brasil e a Globo News, além de entrevistas a revista Veja e mais recente ao jornal O Globo. Seu nome é comentado em diversas análises feitas pelos mais conhecidos analistas de política.
Conforme tratado por este Blog em 2019, há uma estratégia política em curso. Helder venceu a disputa ao governo do Pará em 2018, tinha como meta se reeleger com votação expressiva, o que, de fato, ocorreu. O passo seguinte é continuar a manter bons níveis de avaliação de sua gestão. Nesse intervalo, terá a eleição municipal, e nela, o atual mandatário estadual buscará ampliar a sua musculatura eleitoral, por exemplo, conquistando a Prefeitura de Belém, com uma candidatura emedebista. Na sequência, se desincompatibilizar do cargo que ocupa, para concorrer ao Senado Federal, em 2026, em substituição ao pai, que tende a se aposentar. Quem sabe disputar a Presidência da Câmara Alta, em 2027. De todo modo, em etapas, Helder vai seguindo as etapas traçadas por ele para o seu futuro político.
Eleição de Lula
O atual governador do Pará chamou para si a responsabilidade de coordenar a campanha do ex-presidente Lula no Pará, e de forma indireta, em alguns estados nortista. Cabe a ele aumentar a margem de votos de Lula em relação a Bolsonaro no Pará, como também reduzir a vantagem do atual presidente em alguns municípios paraenses em relação ao petista. Está em jogo, a depender do resultado, o reconhecimento político, que possibilitará a Helder mais espaços em um possível governo Lula.
O atual mandatário estadual sabe que a vitória de Lula lhe facilitará a gestão estadual, assim como terá a capacidade de arrefecer um possível crescimento bolsonarista em solo paraense. Um nome que possa ser construído pelo atual presidente, caso se mantenha no cargo que hoje ocupa, poderá, quem sabe, colocar pressão na sucessão de Barbalho no comando do Executivo paraense.
De todo modo, a pretensão política de Helder é muito além do Palácio que atualmente ocupa.
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