Não é novidade ou algo casual, a violência no estado do Pará ter chego a patamares críticos e extremamente preocupantes. O sistema de segurança pública se apresenta insuficiente perante à escalada de violência que tomou conta dos quatros cantos do território paraense, especialmente na RMB (Região Metropolitana de Belém). A referida área é a comprovação prática do atestado de incompetência dos governos do PSDB.
Desde 1994, quando o ex-governador Almir Gabriel venceu a disputa pelo Palácio dos Despachos, dando início a dinastia tucana no poder central paraense, que os índices de violência não conseguem ser amenizados. Pelo contrário, só aumentam, tornando-se críticos. Foi assim nos dois governos de Almir, depois o primeiro de Jatene. Nos quatro anos do PT no governo do Pará a diferença para melhor não foi sentida. Jatene retornou e agora em seu segundo mandato, o terceiro de Simão, e a segurança pública está um caos.
Só em 2015, 19 policiais militares perderam a vida. No ano passado, o número de óbitos na tropa aumentou para 23. A cada ano, crises se desenrolam na área. Além de assassinatos sem controle, chacinas se proliferam nas periferias da capital do Pará. Tornou-se regra, após a morte de um policial, matanças ao varejo acontecerem sem cerimônias, deixando claro que são medidas de retaliação policial a perda de um colega de profissão. O problema é a morte de inocentes. Os “justiceiros” matam à esmo. Basta seguir o estereótipo mortal: negro, pobre e de periferia. Hoje esse perfil vem mudando. Basta caminhar em rua de bairro de periferia, tarde da noite. Até a publicação deste texto, 27 pessoas tinham sido assassinadas em um intervalo de 24 horas na capital paraense. Estatística de fazer inveja aos países em guerra do Oriente Médio.
E o governador? A fama de evaporar em situações de crise não é de hoje. Jatene fez disso a sua marca. Seus assessores diretos sabem que o governador some, apresenta uma viagem de última hora e deixa seus auxiliares diretos na linha de tiro da opinião pública. Com essa postura, Jatene infla ainda mais a sensação de caos. Governador ao assumir publicamente o controle da situação, por exemplo, em uma entrevista coletiva, anunciar mudanças, determinar uma resposta à altura ao crime organizado, poderia, pelo menos, psicologicamente, amenizar o cenário. O cidadão de bem se sentiria mais protegido, mais acolhido pelo Estado.
De certa forma a crise na segurança pública é culpa do próprio Estado e dos governos que o geriram nas últimas décadas. O efetivo da Polícia Militar do Pará é de pouco mais de 16 mil homens. Por recomendações internacionais, levando em consideração o número de habitantes, no caso do Pará 8,5 milhões de pessoas, o efetivo deveria ser de, pelo menos, 31 mil homens. Pelo visto temos só a metade do mínimo necessário. O caos seria algo momentâneo? Claro que não.
Saindo dos muros que cercam a RMB e a separa do resto do Pará, a questão da segurança pública é ainda mais crítico. Só para citar um exemplo, a cidade de Parauapebas, a sexta maior em população do Pará, segundo o Censo do IBGE com 189 mil (quem mora aqui, sabe que esse contingente populacional é bem maior) conta com 34 policiais militares por turno. Imaginem o que é isso? Policiamento ostensivo não existe. Combate ao crime organizado é pura falácia, discurso palaciano.
Esse quadro caótico pode ser potencializado em cidade menores, que padecem de infraestrutura mínima de segurança. Enquanto isso, o caos deverá continuar e sem a presença do governador que prefere se esconder do que enfrentar pessoalmente a questão. Salve-se quem puder, o comandante sumiu. Como sempre!