De acordo com o levantamento nacional realizado pelo Monitor da Violência, do portal de notícias G1, o Pará foi o estado que mais reduziu as mortes violentas, que incluem homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, ao comparar o período entre janeiro e dezembro dos anos 2019 e 2020. Esta não é a primeira vez que um organismo nacional, que afere a criminalidade no país, constata a diminuição da violência alcançada pela atual gestão. O estudo, que é realizado com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal, foi publicado nesta sexta-feira, 12.
De janeiro a dezembro de 2019, foram registradas 2.864 ocorrências de crimes letais. A redução foi de 19% ao comparar com o mesmo período de 2020, quando 2.312 crimes foram computados. Neste período, 543 vidas paraenses foram preservadas. O Pará foi o Estado responsável pela queda de crimes no Norte, a região que mais diminuiu o número de casos, totalizando uma redução de 11%. O Nordeste foi a principal responsável pela alta no país: 20% de aumento. No total, 14 estados apresentaram alta. O Monitor da Violência é uma parceria do portal de notícias G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado, fez uma retrospectiva de como o Estado se encontrava quando assumiu o compromisso de trazer de volta a paz almejada pelos paraenses. “A gente recebeu a segurança pública sem aumento de efetivo necessário e ainda estamos com concursos em andamento, então nós tivemos que nos reinventar, fazer muito com o mesmo efetivo que havíamos recebido no final de 2018. Mesmo assim, em 2019, nós tivemos uma redução próxima a 30%, o que nos colocou entre os estados que mais reduziram a criminalidade. Em 2020, nós tivemos também um grande destaque por termos sido o primeiro estado em redução de criminalidade”, pontuou.
Para alcançar tamanho destaque, integração, inteligência e investimentos foram os três I’s que nortearam a gestão da segurança pública no Pará. O próximo caminho para seguir com mais reduções é o da tecnologia.
“O nosso desafio é nos reinventar com novas tecnologias, com câmeras de reconhecimento facial, leitura de placas para veículos furtados e roubados, investimento maciço na perícia científica, nos órgãos de inteligência, para que eles possam trabalhar de forma integrada e utilizando tecnologias de ponta. A gente imagina que a tecnologia e a integração entre os órgãos são nossas principais ferramentas para continuar baixando os índices de criminalidade e fechar o ano de 2021 também dando uma resposta positiva para a sociedade”, ressaltou Ualame Machado.
Iniciativas – Para alcançar as reduções obtidas por meses, houve a implantação do Policia Mais Forte, por meio da PM. São utilizadas viaturas da área administrativa no policiamento no momento de pico da criminalidade, além dos policiais que estavam de folga ou da área administrativa, que tiveram parte dessa folga compensada pelo poder público, para que pudessem trabalhar reforçando a segurança pública.
Quando os crimes não conseguiam ser evitados pela Polícia Militar, a Polícia Civil atuou dando uma resposta célere, em especial, em casos emblemáticos na Região Metropolitana de Belém, a exemplo de execuções em série, crimes que realmente impactavam a sociedade. Dessa forma, foi possível acabar com a percepção de impunidade no Estado.
Por outro lado, o sistema penitenciário passou por uma reformulação com concurso público para os policiais penais, possibilitando um controle maior dos presídios, ocasionando menos fugas, quase zerando as rebeliões e motins. Além disso, houve a transferência de lideranças para os presídios federais. Foi possível ainda aperfeiçoar a perícia criminal do Estado, tendo em vista a quantidade menor de casos e também de um forte investimento em tecnologias que antes não existia.
Terpaz – Com o objetivo de combater a violência e promover a cidadania em áreas de vulnerabilidade social, o Terpaz é dividido em dois eixos: segurança pública e ações sociais. No primeiro, é realizado o choque operacional, com a atuação ostensiva dos órgãos de segurança pública. Posteriormente, são oferecidas à comunidade ações de qualificação profissional, esporte, lazer e cultura.
Após a instalação, o programa permanece nos territórios, atendendo à diretriz de que segurança pública não se faz apenas com policiamento, mas também com ações que transformam a realidade dos setores mais vulneráveis da sociedade. As sete primeiras áreas beneficiadas pelo TerPaz foram escolhidas levando em consideração os índices de criminalidade e os problemas de âmbito social.
“Com o Terpaz, onde nós escolhemos sete bairros da Região Metropolitana, implementamos um forte policiamento, a presença do Estado, não só na segurança, mas também em outras áreas sociais, como educação, esporte e lazer. Foram três municípios da RMB – Belém, Ananindeua e Marituba, onde havia os maiores índices de criminalidade percentualmente a sua população. Impactando nesses bairros, conseguimos impactar também na Grande Belém e, posteriormente, nos números do Estado”, avaliou o titular da Segup.
Com informações e imagem da Agência Pará.