O desenvolvimento “rabo de cavalo”, ou seja, cresce para baixo é a sina do cenário socioeconômico do estado do Pará. Décadas se passam e a triste realidade de pobreza e má distribuição de renda continuam sem que a classe política, em seus diversos grupos que passaram pelo Palácio dos Despachos possam ter – de fato – diminuindo a referida problemática.
Neste fim de semana o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ranking da renda per capita por cada ente federativo brasileiro. O Pará parece na antepenúltima posição. Só fica à frente de Maranhão e Alagoas, último e penúltimo, respectivamente. Mas se formos comparar o volume de riqueza e PIB entre os três últimos citados, o paraense deveria ter uma renda per capita bem maior, ocupando muitas posições acima no ranking. Em números apurados pelo referido órgão federal, os maranhenses possuem em média R$ 572 de renda per capita, enquanto os alagoanos aparecem com R$662, seguidos pelos paraenses que a cada 30 dias possuem a renda média de R$708.
Isso só comprova na prática o perverso modelo de desenvolvimento praticado aqui. Concentrador e em seu maior volume remetido para além das fronteiras paraenses. A diferença entre estados e regiões chega a ser brutal, escancarando as desigualdades regionais existentes há séculos no Brasil.
Como esperado, o Distrito Federal lidera o ranking. A renda per capita por lá chega R$ 2351; seguido de São Paulo com R$1723 e na terceira posição o Rio de Janeiro: R$1429. Com exceção de Roraima (R$ 1.068), todos os Estados que têm renda acima de mil reais estão nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Os dados (critérios de renda) são usados, por exemplo, pelo TCU (Tribunal de Contas da União) para a divisão do FPE (Fundo de Participação dos Estados), o que torna a transferência ao Pará menor do que a de muitos entes federativos com PIB e população inferiores ao paraense. Pelo visto, nem a dinastia tucana (20 anos de poder em 2018) e as riquezas encontradas em território paraense conseguem mudar a realidade da maioria dos habitantes que aqui vivem. O desenvolvimento “rabo de cavalo” continua e sem perspectivas de mudanças. É a sina da Amazônia e de sua porta de entrada: o Pará.