Audiência pública discute comércio local, mas governo e Câmara fogem da origem dos problemas

Anteontem (01) em Parauapebas ocorreu a primeira de uma série de audiências públicas que supostamente seriam para ouvir a população em diversos temas. Eu digo supostamente porque pareceu-me haver uma regra implícita de que não se pode falar mal do governo ou mesmo do Legislativo.

O tema foi “Os Desafios do Comércio Local”. Ora, sabe-se que há uma preocupação com excessos, claro. Mas quando o povo, tem um microfone na mão e autoridades na audiência? Raríssimas vezes no ano (às vezes nem isso). Houve muita reclamação sobre se estar “politizando’ a as falas na audiência. Se uma audiência pública não é uma ferramenta política, então eu não sei mais o que ela é.

Entendam que para até para a discussão técnica, temos que falar de política, haja vista estarmos falando de políticas públicas, ou seja, implementadas e mantidas pelo poder público. Então como não falar dos poderes públicos?

Uma situação típica tem três vertentes: PROBLEMA, ORIGEM E SOLUÇÃO. A audiência já colocou em seu tema, o PROBLEMA. Pediu-se que as pessoas trouxessem propostas de SOLUÇÃO. Mas como falar de soluções sem falar das ORIGENS do problema?

Antes que reclamassem de oposição oportunista, os vídeos de abertura, contundentes, mostraram depoimentos de empresários reclamando de abandono e fechamentos. Está lá para quem quiser ver. Material de divulgação da própria Associação Comercial. Sem a oposição precisar mexer um dedo. Os vídeos denunciaram a situação de caos, enquanto o governo municipal TORRA dinheiro exclusivamente com empresas de fora, que não têm obrigação nenhuma em nossa cidade e que algumas até já foram embora de nosso município. Algum desavisado poderia argumentar que licitação é assim, não dá pra dizer quem vai ganhar, mas a verdade é que temos um mandato governando por decretos de emergências fabricadas e dispensas de licitação, onde se contrata quem quiser, pelo preço que quiser, sem nenhuma transparência. E a Câmara faz vista grossa, ao RENEGAR seu papel constitucional de fiscalizador do Poder Executivo. Hoje, o governo SEQUER precisa prestar contas de seus atos, pois os vereadores fazem isso por eles, com powerpoint e tudo.

Poderiam pelo menos conversar com essas empresas, para TERCEIRIZAR uma parte do serviço, fazer suas compras de materiais e insumos no comércio local, mesmo que custe UM POUCO a mais, afinal, é difícil concorrer com preços de fábrica. Mas o que não pode é esse descaso para com o empresariado local. O governo tem instrumentos fortes de distribuição de renda. O Banco do Povo, com possibilidade de microcréditos para os locais. Fornecimento de capacitação técnica e adequação às novas legislações, enfim. Ser suporte a quem precisa. Em vez disso, o governo prefere estender ilegalmente decretos imorais e a Câmara, silenciar sobre tudo o que está acontecendo. Parauapebas, pobre filha rica…

Ah, estamos ansiosos para ver se todo esse trabalho terá sido (ou não) em vão. Estava escrito enorme na arte do evento “PPA”… vamos ver se as sugestões levantadas PELA POPULAÇÃO constarão do texto do Plano. Aguardamos.

Imagem: reprodução

Vicente Reis

“cogito, ergo sum.”

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