Não é de hoje que se acompanha a desestruturação do ensino médio em Parauapebas. O Blog do Branco já tratou do tema em alguns artigos, cobrando à época a conclusão da reforma da Escola Estadual Irmã Dulce, localizada no bairro da Paz. Sobre esse tema específico, este veículo tratou em duas oportunidades.
Vamos relembrar o processo… No mês de abril de 2019, o Governo do Pará esteve na cidade de Marabá, por conta do projeto “Governo Itinerante”, dentro do mote de campanha do então candidato Helder Barbalho (MDB), ocasião em que diversas promessas foram feitas e reafirmadas no citado encontro. Pois bem, em janeiro de 2020, em uma reunião com o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB), no Palácio dos Despachos, em Belém, (Leia Aqui) o mandatário estadual prometeu que a referida unidade escolar ficaria pronta e seria entregue ainda no primeiro semestre daquele ano. No encontro, ainda havia sido anunciado a construção de uma nova escola no bairro Cidade Jardim, cujo terreno já havia sido adquirido pela prefeitura. Dois meses depois, iniciava a pandemia do novo coronavírus, o que, de certa forma, inviabilizou o cumprimento da promessa dentro do prazo.
Em novembro de 2020, após meses de obras paradas e sem nenhuma justificativa por parte da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o Blog do Branco voltou ao tema. Um ano e meio depois da promessa do governador, a unidade escolar ainda não foi entregue e nem há previsão para isso. A escola continua sem funcionar e as obras de reparo estrutural (prometidas para o fim do primeiro semestre de 2020) continuam em “banho maria”. Enquanto isso, centenas de estudantes ficam a espera de uma resolução para o caso.
O lamentável cenário do ensino médio em Parauapebas foi debatido na noite da última terça-feira (24), durante audiência pública na Câmara Municipal. Ocasião em que foi apresentado o cenário: estruturas precárias, unidades funcionando em anexos inapropriados, sem condições de segurança; salas pequenas e sem ventilação; quantitativo elevado de alunos por turmas; falta de mobília, computadores, impressoras, carteiras, armários, material de limpeza e higiene; e não contratação de profissionais para serviços essenciais como auxiliares de serviços gerais, vigias, merendeiras, vice-diretora, coordenadores, auxiliares administrativos.
Segundo matéria da Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores, a audiência pública foi presidida pela vereadora Eliene Soares (MDB), membro da Comissão de Educação e Cultura da Casa de Leis. A mesa que dirigiu os trabalhos do debate foi composta ainda pelos conselheiros tutelares Neil Armstrong e pastora Edileuza Gonçalves; coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), Raimundo Moura; presidente do Comdcap, Aldo Nonato; defensora pública Kelly Soares e o secretário municipal da Juventude, Yuri Sobieski.
Os vereadores Rafael Ribeiro (MDB), Josivaldo da Farmácia (PP), Leandro do Chiquito (Pros) e Francisco Eloecio (Republicanos) também participaram e contribuíram com o debate.
Ao fim do encontro, uma comissão foi formada para ir até Belém cobrar do governador Helder Barbalho e da Secretaria Estadual de Educação, providências e melhorias para o Ensino Médio em Parauapebas. Será que agora vai? Como sempre, Parauapebas dando muito ao Pará e ao Brasil, e inversamente proporcional recebendo pouco destes.
Imagem: Pebinha de Açúcar.