Polarização intermitente e a avaliação de Lula

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Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 13, que tratou sobre avaliação do projeto de reeleição do presidente Lula, ou melhor, se o próprio merece ou não um quarto mandato, mais uma vez ligou o alerta no Palácio do Planalto. É sabido pelos quadrantes da capital federal que avaliação do mandatário nacional continua abaixo do esperado. Gira em torno de 30% a 35% em Ótimo e Bom. Há meses não se consegue avançar para além dessa média.

No caso da reeleição de Lula, a Quaest apurou que para 55% dos entrevistados, ele não merece, no momento, um novo mandato, enquanto 42% acham que ele deveria ser reeleito. Mas há um alento aos petistas: se as eleições fossem hoje, nenhum outro candidato teria condições de derrotá-lo, porém a vitória seria em segundo turno e de forma apertada.

O levantamento também quis saber a percepção do eleitorado em relação aos governadores que disputam o espaço político deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), considerando que o mesmo está inelegível, portanto, fora da próxima disputa presidencial, em 2026. Nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ratinho Júnior, que governa o Paraná, ambos atingem ainda 50% de desconhecimento por parte do eleitorado; enquanto Romeu Zema, governador mineiro, tem 57%; e Ronaldo Caiado, de Goiás, 60%.

Vale lembrar que dos nomes citados, Tarcísio é o único que está em seu primeiro mandato como governador. Em conversas, o mesmo vem deixando claro que não pretende trocar uma reeleição quase garantida ao Palácio dos Bandeirantes por uma disputa incerta contra um adversário difícil, como é Lula (mesmo com avaliação em baixa). Todavia, ele sabe que dentre os postulantes para disputar com o atual presidente, seu nome é o mais bem colocado.

Lula em poucos meses chegará a metade de seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Por seu perfil político, não há dúvidas, que tentará mais um mandato, mesmo estando com 80 anos de idade (2026). Ou seja, poderá deixar a Presidência em 2030, com 84 anos.

A questão não é, necessariamente, só tempo de vida. Mas de exposição enquanto agente político. Tal desgaste e baixa popularidade podem ser atribuídos à imagem “cansada” de Lula perante à sociedade, e mais especificamente o seu próprio eleitorado.

Da mesma forma que em 2018 muitos votaram em Jair Bolsonaro, como sendo o único capaz de evitar o retorno do PT ao poder; em 2022, foi o contrário: grande parte do voto em Lula foi para interromper o governo Bolsonaro. O então ex-presidente já apresentava forte rejeição, contudo sua musculatura eleitoral e bom desempenho nas pesquisas, foram suficientes para lhe garantir votos, mesmo dos que não queriam o seu retorno à Presidência.

Tal apontamento pode ser sustentado pelos próprios levantamentos sobre à popularidade e da avaliação de Lula. Grande parte desses números são de eleitores que votaram no petista, mas que estão descontentes com o governo, carregam a percepção que a terceira passagem de Lula pelo Palácio do Planalto está aquém do que se poderia esperar.

Vale o registro que o próprio Lula reconhece que seu governo deveria configurar em um patamar melhor. Diversos fatores são apontados para essa má avaliação. Os mais citados são o excesso de viagens do presidente ao exterior e a falta de base governista consolidada no Congresso Nacional.

De resto, Lula se tornou o único instrumento político-eleitoral para conter o avanço Bolsonarista. Porém sua permanência na vida pública desde a década de 1980, cansaram sua imagem e atuação.

Imagem: reprodução Internet. 

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