Desde o dia 02 do mês corrente que a “capital do minério” vive grande expectativa com o início do novo governo municipal, que venceu a disputa eleitoral com a promessa de ser a gestão da “oportunidade”. Especialmente os 37 mil desempregados que perambulam pela cidade em busca de uma oportunidade de emprego. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, esse montante teve acréscimo de 12 mil desempregados só nos últimos quatro anos.
Portanto, o endereço principal desse exército de pessoas ociosas é a sede da prefeitura, localizada no Morro dos Ventos. Milhares de pessoas já passaram pelos corredores apertados do paço municipal. A secretaria de Educação é a pasta mais procurada, depois vem o gabinete do prefeito. Nos primeiros dias da nova gestão, os corredores do lado esquerdo, no andar térreo, que levam aos gestores da Semed, tornou-se quase impossível passar por ali. A Câmara de Vereadores também recebe outra legião de pessoas em busca de “oportunidades”.
Diversos outros órgãos também receberam gigantesca leva de desempregados em busca de “oportunidade”, mote de campanha do novo governo. A situação levou a diversas reuniões internas para discutir o assunto. A Semad, via seu titular principal, Cássio Flausino, reuniu no auditório da PMP, diversos técnicos e a maioria dos secretários para apresentar a resolução 003/2016 do TCM (Tribunal de Contas dos Municípios) sobre a questão da contratação temporária.
Ou seja, a nova gestão municipal terá que seguir as recomendações que constam na referida resolução do tribunal. O descumprimento ocasionará em aplicação de multa ao gestor. Portanto, se apresenta o primeiro empasse do governo (conforme abordei recentemente no blog): a geração de emprego, ou melhor, oportunidade.
A restrição imposta aos governos, pelo TCM, serve para moralizar o ingresso ao serviço público. O que mais se presencia é a contratação de pessoas para exercer todo tipo de atividade sem o mínimo preparo ou conhecimento para tal função. Contratações que servem para atender exclusivamente acordos políticos.
Já basta o inchaço na folha de pagamento feito pelo governo Valmir Mariano. O governo Darci não pode cometer o mesmo erro. O resultado desse descontrole orçamentário, parte ocasionado pela hipertrofia da máquina municipal, foi um fim de governo desastroso, quase sem recurso para o custeio. O governo da “Oportunidade” precisa gerar empregabilidade para além dos seus limites institucionais. O raio cairá duas vezes no mesmo lugar?