O candidato ao governo do Pará, Márcio Miranda (DEM), tornou público o seu Programa de Governo (sem lançá-lo, como fez o seu principal adversário), ou seja, o documento que irá balizar os quatro anos de sua gestão, caso seja eleito o próximo governador do Pará. Bem mais “enxuto” do que o apresentado por Helder Barbalho (MDB), o documento do candidato democrata é mais direto em suas propostas. O programa de governo do MDB será analisado no próximo texto do blog.
O documento dispensou em seu início (por ordem padrão) a apresentação do candidato, o que geralmente ocorre. Intitulado “O Pará em boas mãos”, possui 28 páginas, e de início, – como esperado – defende os avanços da gestão do atual governador Simão Jatene. A sua proposta (conforme já adiantado pelo blog em textos anteriores) é claramente ampliar e aperfeiçoar o que foi feito até aqui. Conforme o documento “é preciso consolidar tudo de positivo que o Pará conquistou nos últimos anos”. Em sua tese de defesa da proposta apresentada, percebe-se a ênfase no equilíbrio fiscal, além do melhoramento da infraestrutura. Claramente se condensou a dinastia tucana em oito parágrafos, divididos em duas páginas.
No tópico seguinte, intitulado “Os desafios de desenvolver o Pará”, seria (levando em consideração a estrutura, por exemplo da ABNT) a justificativa. Nela, aborda-se as dificuldades enfrentadas pelo Pará; mas colocando os problemas vividos pelo Pará na conta do Governo Federal. Não há nenhum “me a culpa” em relação aos governos de Simão Jatene.
Os passos seguintes do plano foi apresentar as propostas, divididas por setores (conforme o padrão neste tipo de documento), a começar por Agricultura, Aquicultura e Abastecimento; em seguida vem Ciência, Tecnologia e Inovação; Turismo, divido em logística e transporte; Desenvolvimento Humano e Defesa Social, com ramificações em Educação, Esporte e Lazer, Saúde e Assistência Social.
Trabalho, Emprego e Renda aparece em outra divisão de ação, com a subdivisão em Cultura. Outro ponto em destaque é a questão da Defesa Social, com ênfase em segurança pública.
Macro-área em destaque é o Desenvolvimento Ambiental e Urbano, ramificados em: Habitação, Saneamento, Mobilidade e acesso à terra; Planejamento Territorial e Responsabilidade Socioambiental. Como última proposta macro, o plano apresenta propostas de Gestão e Governança, subdivididas em 18 ações.
Desta forma, Márcio Miranda apresenta a sociedade paraense como pretende – pelo menos no plano teórico – governar o Pará. O programa de governo apresentado fugiu muito da realidade que se encontra o território paraense. O maior desafio do candidato do DEM nas próximas semanas será o de convencer o eleitor que poderá fazer mais, ir além, e não repetir o modelo de gestão da dinastia tucana. Como fazer isso se o grupo é o mesmo que deverá compor o seu governo, em caso de vitória? Como mudar os rumos da gestão da máquina com a manutenção de seus operadores?