Enquanto Lula estava em seu segundo dia cumprindo agenda no Pará, ontem, 14, levantamento feito pelo Datafolha apontou que a avaliação do petista despencou 11 pontos em apenas dois meses. Tal cenário negativo é creditado a três fatores, segundo articuladores políticos do governo: aumento do preço dos alimentos, o aumento do dólar e o impacto “extremamente” negativo da crise do PIX.
Misturando esses três “ingredientes”, está pronta a receita que está tirando o sono do governo e empolgando a oposição, que se articula para a disputa presidencial do próximo ano. A questão preocupa o terceiro andar do Palácio do Planalto, tanto que a comunicação do governo foi trocada, mas que a pesquisa (realizada entre os 11 e 12 de fevereiro) ainda não teria captado os efeitos das mudanças.
Era esperado mais uma queda da avaliação do governo, segundo alguns ministros mais próximos do presidente, todavia, não se tinha noção que seriam acima de dois dígitos em curto espaço de tempo de medição ( o levantamento anterior foi feito em dezembro de 2024).
Lula, após ser liberado pelos médicos, começou a viajar o país. A agenda em solo paraense foi para acompanhar as obras da COP30, anunciar recursos, além de uma rápida passagem por Parauapebas, em vista as instalações da mineradora Vale, que anunciou investimento na ordem de 70 bilhões de reais em suas instalações na Serra Norte.
O presidente deverá nos próximos dias cumprir agenda em diversos estados nordestinos, reduto eleitoral do petista, mas que registrou queda em sua avaliação.
Análise
Segundo o analista de política da CNN Brasil, Caio Junqueira, a terceira passagem de Lula pelo Palácio do Planalto é a pior em comparação as duas passagens anteriores. O jornalista listou o que falta ao mandatário nacional, destacamos alguns: Falta energia e disposição para fazer política; Falta um estado-maior no Planalto para dizer o que Lula precisa ouvir; Falta coragem para decidir questões controversas, como explorar ou não petróleo na margem equatorial; Falta capacidade de ampliar pontes com setores historicamente refratários, como o agro e os evangélicos; Falta percepção de saber que não temos peso para entrar e nos desgastar em temas como a guerra da Ucrânia e a questão árabe-israelense, etc.
Pesquisa
O índice de aprovação caiu para 24%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14). Em seus três mandatos (2003-2006, 2007-2010 e o atual), esse é o menor índice de ótimo ou bom do presidente. A última pesquisa divulgada até então, em dezembro do ano passado, apontava a aprovação do governo em 35%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Os que acham o governo ruim ou péssimo são 41%. Em dezembro, era 34%. Já a porcentagem de brasileiros que acham o governo regular oscilou, de 29% para 32%. Para o levantamento, o Datafolha ouviu 2.007 brasileiros em 113 cidades, entre segunda-feira (10) e terça-feira (11).
Com informações de CNN Brasil (complementação e adaptação Blog do Branco)
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