Por que Lula sobe nas pesquisas mesmo sendo tão perseguido e caluniado?

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Poderia escrever sobre o tema (como já fiz diversas vezes), mas encontrei um ótimo texto, escrito pelo competente Paulo Nogueira, jornalista de grande reconhecimento, sendo fundador e diretor editorial do Diário do Centro do Mundo (DCM), um periódico de análise crítica, mais à esquerda e de fundamental importância à produção de informação sobre a política e economia brasileira. O texto é curto, direto, sem maiores contornos analíticos. Boa leitura.

Ao falar de Thomas Paine, Bertrand Russell escreveu: “Como todos os homens, ele tinha seus defeitos. Mas foi graças a suas virtudes que foi odiado e vilipendiado”. O mesmo vale para Lula.

Ele não é um santo. Quem é, aliás? Mas é perseguido ferozmente pelas qualidades que tem. Acima de tudo, Lula é a figura certa para um país errado. Busca desde sempre reduzir a desigualdade numa em que isso é um anátema. Tivesse ficado ao lado dos plutocratas, levaria uma vida de fausto.

Não estaria agora sob a ameaça constante de prisão por conta de pedalinhos e coisas do gênero. Veja a vida luxuosa que leva, em oposição, um intelectual de origem de esquerda que aderiu à plutocracia: FHC. A recompensa de Lula está no amor que lhe dedicam aqueles pelos quais ele tanto se bate: os pobres e os miseráveis, os humilhados e os ofendidos.

É isso que explica por que enquanto o jornalismo de guerra que temos no Brasil se dedica a massacrá-lo Lula se encontra no topo das pesquisas eleitorais. O Ibope que saiu hoje (20) mostrou-o na frente em todos os cenários. A rejeição a ele cai aceleradamente enquanto a dos mimados tucanos desce ao inferno.

Pela lógica, deveria ser o oposto. Valeu para Paine, um dos pensadores mais influentes para que a Revolução Americana tivesse sucesso, e vale para Lula, repito. Tem muitos defeitos, mas é graças às virtudes que é odiado e caluniado.

Não diferente ao texto acima e que serve para reforçá-lo, Kiko Nogueira, irmão do autor acima citado, claramente mostra em outro texto, a clara perseguição promovida pelos veículos de comunicação do Grupo Globo, em relação a Lula. Vale a pena acompanhar:

Alguém já disse que o Brasil é uma concessão da Globo. A campanha maciça do grupo contra Lula é o retrato de como uma corporação com elefantíase lida com o país: como o BBB, manipulando e eliminando os indesejáveis. O site Poder360 analisou, recentemente, o tempo que o Jornal Nacional dedicou aos citados na Lista de Fachin. Entre os dias 11 e 17 de abril, do total de pouco mais de 4 horas de cobertura, Lula ficou com 33 minutos. Dilma, com 18. Juntos, ele e ela somaram 51 minutos de pancadaria, contra 54 de todos os demais.

Diariamente, em seus veículos, a Globo faz uma versão televisiva do power point de Dallagnol, com Lula no centro da “organização criminosa”, apesar das delações mostrarem o contrário — um sistema que sustentou todos os partidos. A atual caçada teve como ponto alto um editorial cravando que “o desnudamento de Lula em carne e osso, em praça pública, com os pecados da baixa política brasileira, parece apenas começar”.

E continua…

“O próximo capitulo é o da prisão de Lula. Já está escrito. Falta a Lava Jato atuar, com a mão do STF. A cada pesquisa, a Globo é lembrada de que não controla todas as variáveis e precisa de mais artilharia. Se, no meio do caminho, a democracia e o estado de direito forem destruídos, paciência — faz parte do show. Como uma barata, a Globo vai sobreviver ao apocalipse nacional. Em 25 anos, basta um pedido de desculpas e mudar a grade da programação”.

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