PT-Belém: Reconhecimento da Realidade

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Na semana passada, o diretório do Partido dos Trabalhadores (PT) de Belém, decidiu não lançar candidatura própria, como vinha fazendo nas últimas eleições ao Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém. O citado partido que em um passado recente governou o Pará, porém vinha acumulando desempenhos pífios nas disputas pelo Executivo da capital, resolveu aceita a realidade que vive.

O PT da capital ficou nas últimas duas disputas eleitorais bem longe de qualquer chance de ir ao segundo turno. Mesmo com remotas possibilidades de sucesso eleitoral, não aceitava (pelo menos a maioria dos dirigentes da legenda) compor, por exemplo, com o Psol, que a cada disputa, relança o ex-prefeito Edmilson Rodrigues, ex-petista, ao Executivo da capital paraense.

Porém, cada eleição um novo processo se apresenta. Batido o martelo, o PT Belém irá com o Psol, e já acertou a indicação para compor a chapa a ex-vereadora Ivanise Gasparim. A aliança com o Psol foi aprovada por 35 votos a 10. Ao apoiar o Psol, a atitude petista nada mais é do que o reconhecimento do atual cenário político e as limitações do partido na disputa eleitoral. A discussão interna tinha dois caminhos: apoiar a atual secretária de Cultura do Pará, Úrsula Vidal ou o deputado federal Edmilson Rodrigues.

Caso o campo da Esquerda ou Progressista, como chamado por alguns, queira retornar ao controle político da capital paraense, não há outro caminho que não seja o da união. Já não cabia mais ao PT – no caso de Belém – separar, dividir, se recusar a compor com outras legendas do seu campo político-ideológico, por achar que detém o monopólio da Esquerda,  ou por não aceitar ser coadjuvante. O gesto de apoiar Rodrigues é o reconhecimento das limitações e também ato de sobrevivência política.

A socióloga, Cientista Política e dirigente partidária, Karol Cavalcante escreveu um artigo sobre a decisão do partido. Segundo ela: ” A opção do PT da capital em construir uma frente de esquerda com Edmílson Rodrigues liderando, possibilitará a oxigenação do partido. Em Belém, o PT vem sofrendo um declínio eleitoral nas últimas eleições, fruto do seu afastamento das lutas sociais, de uma política organizativa que protagonize a participação da base militante e de uma política de de aliança equivocada que vem sendo aplicada pelas forças políticas majoritárias que há anos exercem o controle burocrático do partido no Pará”.

Na capital, além do PT, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) irá com o ex-prefeito. Outros deverão chegar do campo esquerdista. Mesmo sem força para concorrer majoritariamente, o Partido dos Trabalhadores em Belém é forte, e tem numerosa militância, que caminhará com Rodrigues. Esquerda unida e afastado o seu autofagismo histórico. A ver.

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