Os tabus de beleza são renovados de tempos em tempos. A cada década se faz um “padrão de belo” diferente. Mas, que aspecto desses estilos sempre ultrapassa a marcação do tempo? Que característica do belo é decisiva para separar os indivíduos irresistíveis daqueles que apenas se multiplicam na multidão?
Vamos já descobrir?
Conversando agora sobre as antigas expressões de beleza da nossa história inevitavelmente alguns risos desconcertantes nos marcam o rosto.
Desde que o Homem é Homem nos vestimos. Os primeiros sinais de vaidade começaram na pré-história, quando o homem passou a se reunir em grupos e se fixou na terra, surgindo a diferenciação hierárquica. Os chefes, em geral os mais fortes do grupo, enfeitavam-se com as garras e dentes dos animais ferozes que caçavam. Surgiram também as primeiras “pinturas de guerra” que dariam mais força ao guerreiro, além de “assustarem” o adversário. No Egito, Homens e mulheres pintavam o rosto por acreditarem na relação entre espiritualidade e aparência. A maquiagem se tornou parte da higiene diária, um verdadeiro ritual de beleza. Os olhos tinham o maior destaque: eram delineados e aumentados com carvão, as pálpebras recebiam toques de índigo e sobre elas se esfumavam uma sombra em pó, colorida, feita de malaquita moída. Utilizavam também hena, açafrão, curry e outros pós coloridos.
Na Grécia, a maquiagem era usada, mas não tanto quanto no Egito. A preocupação maior era com a saúde e a beleza do corpo. Os homens procuravam manter a forma com exercício físico, massagens e banhos aromáticos. As mulheres usavam maquiagem leve e os penteados eram elaborados com fitas e cachos. Os romanos adquiriram dos gregos o costume dos banhos e dos exercícios. Os óleos perfumados de massagem, banhos faziam parte do ritual de beleza. A maquiagem era mais exagerada entre as cortesãs, mas não deixava de ser usada pelas mulheres dos senadores e da elite.
A longa idade média teve início com a queda do Império Romano e o domínio do Cristianismo. A vaidade foi condenada pela Igreja que passou a considerar como “hábitos pagãos”. Nessa nova ordem, as mulheres se cobriram com longas e rodadas vestimentas e os cabelos ficaram escondidos. Mesmo assim tinham alguns toques de vaidade. As sobrancelhas eram depiladas e a testa aumentada pela depilação da linha dos cabelos. As faces eram beliscadas e os lábios mordidos para que ficassem rosados.
Já no Renascimento, os decotes desceram, os penteados mais elaborados voltaram a ser usados e novamente a maquiagem começou a ser introduzida no dia-a-dia. O luxo do vestuário entrou na moda e quanto mais nobre, mais enfeitado se apresentava.
No século XX vivemos muitas mudanças. Nos primeiros anos vivemos do minimalismo. Após as guerras os costumes e vestimentas vinham como uma espécie de resposta “malcriada” e logo mulheres vestiram calças, queimaram sutiãs.
A década de 80 foi fortemente afetada pelos exageros visuais. A mulher passou a ocupar áreas antes reservadas aos homens ganhando status e dinheiro – são engenheiras, arquitetas, gerentes de empresa, donas de seu próprio negócio. Com o culto ao corpo começou a corrida para as academias (febre da ginástica aeróbica), as vitaminas, a geração saúde.
Dos anos 2000 em diante, o que se viram foram idas e vindas de peças e cenários de moda. Os corpos vieram também se alternando entre muito magros (como os das top modelos) e muito volumosos e fortes (como os dos blogueiros fitness) ou mesmo com os corpos obesos de modelos plus size, categoria bem popular nos dias atuais.
Mas, ainda estamos sem a resposta para a pergunta que se destacou em nosso título. Qual será mesmo o elemento que torna pessoas “comuns” em indivíduos atraentes, com este ou aquele perfil físico; esta ou aquela aparência; de um estilo mais moderno ou retrô. O que separa uma pessoa requisitada e bem amada de pessoas que normalmente não funcionam muito bem nas relações amorosas ou mesmo num simples evento de flerte?
Muito intrigado, quando se vê um casal por aí onde um dos dois não é “tão bonito”, você se pergunta: “O que ele viu nela?” ou ela nele? Aí você caminha um pouco mais e encontra uma amiga linda (daquelas que para o trânsito) sofrendo por amor. Acessa as redes sociais e lê em notícias da TV que algum dos bonitões do cinema está solteiro. E mais uma vez reflete consigo: “Se para quem é lindo está difícil ser feliz no amor, imagina para mim”.
Agora estamos quase nos encaminhando para a tão esperada resposta a respeito de como ser IRRESISTÍVEL.
Percebamos uma coisa: As diversas mudanças pelas quais passou o estilo de belo do Homem ao logo de sua história mostra que sobre sua aparência o mesmo nunca se encontrou suficientemente contente, satisfeito consigo. Logo, a aparência não seria um determinante, muito embora não esteja descartada.
Contudo, provavelmente o belo extrapole a aparência física e alcance o nível da atitude. Na verdade, o estar bonito tem uma íntima relação com os cuidados que cada um de nós dedica a si mesmo (e não falo apenas de um corte de cabelo ou de unhas pintadas). Ninguém é realmente bonito, ou apresenta uma beleza suficiente duradoura aos olhos dos outros se não se entrega os melhores cuidados; se não se marca como pessoa que se empenha para si mesma.
Como requerer atenção dos outros; solicitar apreço e olhares dedicados; destinação de tempo e atenção; respeito e consideração? Como esperar que não seja você o único a pedir desculpas após uma briga, mesmo tendo sido o ofendido, se você não sinalizou ao outro que só aceita receber aquilo que lhe nutre? Como “forçar” o outro a lhe entregar o respeito que você mesmo não entregou quando aceitou os seus gritos, as suas palavras de baixo calão; quando aceitou sua traição?
Suas atitudes de baixo amor por si sugeriram ao entorno que pouca coisa é suficiente para lhe suprir. Fitness e cabelos ultra sedosos; loira ou morena, logo isto deixa de ser determinante para que as pessoas lhe tomem com alguém caro ou barato de se ter.
Claro, agora sim: ser “bonito” ou “feio” segundo os padrões da vez, não sentencia ninguém a ser ou não interessante. Precisamos muito mais do que isso. Não basta ser simetricamente perfeito nas linhas do rosto ou do corpo; isto é muito pouco. Esta beleza não dura muito aos olhos do outro. Serviu para causar uma boa primeira impressão. E só!
O ocupante do ápice da beleza será o mais autoconfiante. Provavelmente, só aquele que se entender merecedor de mais do que migalhas que outros possam oferecer receberá o melhor lugar, será o mais respeitado; requisitado. Por sua raridade, será o mais bonito, o realmente IRRESISTÍVEL.
A psicologia QUER ajudar. Faça terapia.
Saudações Psi a todos!
@annypontes_psicomportamental (no Instagram)