PSL é governo?

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O Partido Social Liberal (PSL), a legenda partidária que mais cresceu na última eleição, e que teve o seu desenvolvimento com base na “onda bolsonarista” que dominou o país na última disputa eleitoral, tornando-se a maior bancada de deputados federais (54) ao lado do PT. Portanto, uma base numérica considerável ao governo, haja vista, que o presidente Jair Bolsonaro é do partido.

Porém, e conforme já analisado por este Blog em outros textos, a referida legenda não é tão coesa (até por sua composição, tendo como base os eleitos Brasil a fora) como o Palácio do Planalto poderia esperar. A composição do PSL na Câmara em sua maioria tem pouca experiência política. Tanto é que, os componentes da bancada da referida legenda não tiveram sequer nomes cogitados ao primeiro escalão do governo, se resumem até o momento, ao apoio e sustentação política ao Palácio do Planalto.

Logo no início do governo a relação Palácio do Planalto e PSL já havia estremecida conta da ida de diversos parlamentares à China, país comunista, indo, portanto, de encontro as bases ideológicas e programáticas do partido e do governo, apesar da relação comercial que o Brasil mantém como aquele país asiático (em termos de relação bilateral, a China é hoje o maior parceiro comercial brasileiro). A ação do partido não foi vista com bons olhos pelo presidente, que fez crítica a tal evento.

Semanas depois o escândalo que ficou rotulado como “Laranjal do PSL”, com base em denúncias (as investigações ainda continuam) sobre o uso de candidaturas avulsas, sem base, com intuito de apenas usar pessoas para receber recursos de campanha, abalou as estruturas do governo, e levantou questão que o clã Bolsonaro poderia deixar o PSL, e fundar um novo partido político.

Depois a bancada se envolveu em conflitos internos, que tornam-se públicos. Na última semana do mês de janeiro, escrevi artigo intitulado: “PSL cada vez mais longe do governo. Por incrível que possa parecer, isso é bom ao Palácio do Planalto”, e que já tratava do assunto naquele momento. Essa instabilidade e falta de experiência do PSL, que era algo previsível, enfraquece ainda mais as relações de forças políticas do governo no Congresso.

O mais novo caso está justamente na reforma da Previdência. O PSL já se articula para alterar o texto enviado pelo governo. Ou seja, o partido do presidente, e não a oposição, o que seria natural, articula-se para mudar conteúdos de interesse do Executivo. O PSL na Câmara defende alterações na Reforma da Previdência para agradar em especial a carreiras ligadas à segurança pública. Ou seja, interesses corporativos estão acima da ligação entre governo e sua bancada. Não que uma bancada de base governista não possa se opor ao governo que politicamente representa, mas no caso do PSL, fica claro a inexperiência, por não entender que a reforma da Previdência é a “bala de prata” na seara política do governo. Ou seja, em política quem não ajuda, não atrapalha.

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