Simão sendo Jatene, conforme ex-governador Almir Gabriel afirmou

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As eleições de 2016 que se encerram no último domingo retrasado, pegando como campo de análise o território paraense e a distribuição partidária, ficou claro alguns cenários políticos e direcionamentos para 2018. O PMDB irá controlar 42 paços municipais, quase 1/3 do total. PSDB em segundo lugar com 32. Vou me ater a estas duas legendas, pois representam – de fato – como será a disputa pelo Palácio dos Despachos daqui há dois anos.

Conforme abordei em artigo recente a distribuição das forças políticas representam o poder de articulação de seus líderes ou dirigentes máximos. Neste caso Helder Barbalho e Simão Jatene que protagonizaram em 2014 uma das disputas mais acirradas ao governo do Pará. Sem surpresas as eleições municipais deste ano seriam encaradas como um grande aquecimento e disputa de forças para saber que seria o melhor “cabo eleitoral” ou o melhor articulista. O ministro da Integração Nacional mostrou maior habilidade do que o atual mandatário estadual. Venceu o primeiro round ou pode ser o último entre ambos, se Jatene se lançar candidato ao Senado Federal.

Em 2000, quando o ex-governador Almir Gabriel mandava na política paraense, o PSDB tinha 46 prefeituras. Quatro anos depois os tucanos, já sob liderança de Jatene chegaram a controlar 47 paços municipais. Em 2008 quando o PT controlava a política estadual, os tucanos despencaram para 12 prefeituras, perdendo quase ¾, queda impressionante. Quatro anos depois, quando Jatene retornou pela segunda vez ao Palácio dos Despachos, o PSDB chegou a controlar 31 prefeituras. Em 2016, serão 32. Ou seja, Jatene se mostra um articulador político limitado, ou como dizia o falecido ex-governador Almir Gabriel: “Jatene é preguiçoso”, “não é um homem de partido”.  

A dinastia tucana que em 2018 completará 20 anos governando o Pará, dezesseis interruptamente, e não conseguiu atingir até hoje 1/3 do controle dos 144 municípios paraenses, mesmo com a poderosa máquina estadual como aliado. O que reforça a tese do descompromisso que Simão carrega consigo. Se resume a governar o Pará e suas disparidades regionais de seu gabinete no Palácio dos Despachos. O ex-senador Mário Couto (hoje ao lado dos Barbalhos) afirmou ao deixar o ninho tucano que o governador não era um homem de palavra e nem de partido. 

Não por acaso, Jatene possui alto índice de rejeição em diversas regiões paraenses, mantendo ainda razoável avaliação positiva na RMB (Região Metropolitana de Belém) e entorno, neste caso o nordeste paraense. Isso se refletiu nas urnas em 2014, quando perdeu em diversos municípios com relevância musculatura eleitoral. Essa inércia do mandatário da política paraense teve alto custo nestas eleições municipais e poderá custar a manutenção do longo e penoso projeto de poder do PSDB no Pará. Jatene já está com a cabeça em Brasília? Ou lembra que é o governador? O finado Almir Gabriel estava certo.

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