#TBT do Blog: a divisão do Pará entra na disputa eleitoral em Parauapebas

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O ano era 2016, precisamente os últimos dias de setembro, reta final da campanha eleitoral municipal. O então prefeito Valmir Mariano (PSD) buscava se reeleger. Na disputa estava Darci Lermen (MDB) que tentava retornar ao Palácio do Morro dos Ventos pela terceira vez. O resultado da citada disputa todos sabem. O emedebista venceu a disputa. Mesmo com uma poderosa máquina na mão, Mariano encerrou a sua estada na cadeira mais importante da capital do minério.

O que provocou esse “vale a pena ler de novo” foi o contexto à época entre os dois citados candidatos e a questão da divisão territorial do Pará, haja vista, em 2011, ocorreu um plebiscito sobre o tema, com a vitória do “NÃO”, o que manteve a integridade do território paraense. No momento da disputa entre Darci e Valmir, havia uma narrativa imposta a cada um sobre dividir ou não o Pará, criar ou não o estado de Carajás.

O Blog do Branco te conta em detalhe esse capítulo importante na recente história política de Parauapebas, em mais um artigo da série “#TBT do Blog”.

Demorou para que a tão debatida e sempre recorrente divisão territorial do Pará, entrasse, de fato, na disputa pela prefeitura de Parauapebas. Nas últimas peças publicitárias dos horários eleitorais de Darci Lermen (MDB) e Valmir Mariano (PSD), ambas representadas através de seus apoiadores nos níveis estadual e federal, abordaram a polêmica questão do desdobramento territorial do segundo maior ente federativo brasileiro.

Valmir acusa o ex-prefeito Darci, seu principal adversário, de ter como apoio e sustentação política a família Barbalho, na figura de Helder, ministro de Estado, à frente da poderosa pasta da Integração Nacional (orçamento de 6 bilhões de reais em 2015, com a complementação de mais dois para o ano corrente), de ser o seu principal mentor político, estando a referida família de olho no poderoso cofre municipal da capital do minério. Em contrapartida a essa acusação, o ex-prefeito, afirma que a parceria com Helder, colocaria Parauapebas na rota dos investimentos federais, algo que, atualmente, não acontece.

Já a campanha do “15”, acusa o atual prefeito Valmir de compor o grupo político estadual liderado pelo governador Simão Jatene, que virou as costas para o Sudeste do Pará, especialmente, Parauapebas. O que, sinceramente, não deixa de ser verdade. O atual orçamento do Governo do Pará para a região de Carajás teve reduzido o seu montante de recursos, assim como o oeste paraense. Enquanto a RMB (Região Metropolitana de Belém) continua a receber mais.

Não, por acaso, que os marqueteiros da campanha do atual prefeito não fazem menção ao atual governador em nenhuma peça publicitária. Sabem que a rejeição ao mandatário estadual é enorme por essas bandas. Por isso, Simão Jatene perdeu na eleição de 2014 na esmagadora maioria das cidades do Sudeste paraense. O mandatário estadual ainda paga um alto preço político-eleitoral pela sua posição pública de ser contra a criação dos estados de Carajás e Tapajós, no Sudeste e no Oeste paraense, respectivamente.

Sem a presença do governador, mas com o envio de seu staff publicitário à Parauapebas. A “capital do minério” é estratégica para as eleições de 2018. Por isso, os dois maiores grupos políticos do Pará brigam fortemente para controlar um orçamento bilionário de uma das prefeituras mais desejadas do Norte do Brasil. Resta saber quem vai ganhar esse grande e importante espaço político-eleitoral. Façam suas apostas. Depois alguns ainda dizem, inocentemente, que a política do sopé da cordilheira de ferro não sofre ou não tem influência de fora, por exemplo, de Belém. Pura inocência ou desconhecimento político.

Imagem: Bico 24 horas. 

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