#TBT do Blog – Ainda dá tempo, Valmir?!

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O Blog do Branco inicia um novo formato em sua plataforma de atuação. Toda quinta-feira, sempre que possível, teremos uma matéria que foi postada há alguns anos por este que vos escreve. Penso ser importante revivemos um determinado fato político, que pode servir de análise para o momento que vivemos, além de ter em seu processo de releitura, outros vieses analíticos.

De partida, coloco na pauta o ano de 2015, precisamente em seu mês de fevereiro. Naquele momento, Parauapebas era governada por Valmir Mariano (PSD). Iniciava o penúltimo ano de sua gestão, e com ela um elevado nível de impopularidade. A questão era: daria tempo ou não de se reeleger?

Vamos ao artigo…

Estrategicamente coloquei no título deste artigo dois pontos: um de exclamação e outro de interrogação. Explico… aos críticos da gestão do prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano (PSD), serve como indagação e questionamento. Já os defensores do referido mandatário municipal, podem se utilizar da exclamação por ser importante instrumento de afirmação, de entusiasmo e motivação.

Moro em Parauapebas, a capital do minério, há quatro meses. Desde quando cheguei na referida cidade fui provocado a escrever sobre a política local (por ter escrito por anos sobre a política de Belém, cidade que morei por 26 invernos amazônicos, dos 31 de existência). Sempre me recusei e justifiquei por não me sentir preparado para discorrer com propriedade sobre a política da capital do minério. Escrever um texto por escrever seria fácil. “Pescar” informações e replicá-las no blog é algo simples e até corriqueiro no mundo da blogosfera.

Quem me acompanha no blog nesses anos e anos sabe que mantenho a maioria das publicações com perfil autoral, assinando 90% dos textos que são postados. E com muito esforço tentarei manter esse índice. Em cada texto – humildemente – tento descarregar através da escrita minhas reflexões e provocações sobre diversos temas. Mas, blogueiro é blogueiro. Não respeita acordos e as suas próprias limitações. Portanto, depois dessa “volta” dialética, irei escrever sobre o que percebo e reflito sobre a gestão do prefeito Valmir Mariano.
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O ano de 2015 começou e com ele o terceiro ano da gestão do prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano (PSD) que chega a metade do seu mandato. Momento de definições para qualquer gestor avaliar o próprio desempenho. Buscar melhorar, acertar, aparar as arestas. Sem esforço ou trabalho maior de pesquisa, sabe-se que a avaliação do referido prefeito não anda bem. Pesquisas de consumo interno (procedimento normal de análise avaliativa encomendadas pelo próprio prefeito ou assessores) mostram que Valmir precisa urgentemente mudar os rumos de seu governo.

A cidade de Parauapebas clama por conclusões de obras, além, é claro, melhor gestão em diversas áreas. No ano passado (2014) houve recorde orçamentário nos cofres da Prefeitura. Dois bilhões de reais estiveram no Palácio do Morro dos Ventos (1,3 bilhão de orçamento aprovado pela CMP e mais 600 milhões de reais em suplementação autorizado pelos vereadores) e o que efetivamente se vê pela cidade?

Muitos questionam a aplicação dessa montanha de recursos, volume de fazer inveja a muitas prefeituras pelo Brasil. O prefeito é questionado não só por seus opositores, mas por grande parcela da população. A pergunta que se faz é: “cadê o dinheiro que estava aqui?”

Não se sabe se as mudanças no 1º escalão do governo são ocasionadas pela busca por parte do mandatário municipal em acertar, buscar corrigir erros e promover uma “guinada” em sua gestão que anda oscilando entre o ostracismo e a inércia. Toda semana cai um secretário municipal. Só nas primeiras três semanas do ano, três mudanças já haviam sido feitas (até a publicação deste texto, seis secretários municipais já haviam sido exonerados) O que justificaria a “dança das cadeiras”? Incompetência? Ingerência política? A supremacia política em relação a técnica? A dependência do prefeito em relação aos vereadores?

O que de fato pode ser afirmado é a manutenção da inercia administrativa que se acomodou no palácio do morro dos ventos. Muitas obras estão em curso na cidade de Parauapebas, mas são tocadas em ritmo bem lento. Se forem entregues (especialmente o novo hospital municipal) darão ao atual prefeito boa musculatura eleitoral e elevará a sua avaliação que não anda bem.

O ano corrente promete ser decisivo. Valmir precisa acertar, melhorar a sua gestão para entrar em 2016 – ano eleitoral – competitivo. Caso contrário, o ex-prefeito Darci Lermen (PT – que governou por dois mandatos a capital do minério) deve ser o grande favorito para assumir, ou melhor, reassumir o Palácio do Morro dos Ventos. Ainda dá tempo, Valmir?!

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Voltando ao ano corrente, 2022, sabe-se que não. Não deu tempo. A gestão Mariano não conseguiu convencer a maioria do eleitorado que deveria continuar. Lermen retornou ao Palácio do Morro dos Ventos após ter obtido 52.049 votos (41,87%), enquanto Mariano somou 47.918 (38,55%), encerrando, portanto, a sua passagem pelo Poder Executivo de Parauapebas.

Imagem: Anderson Souza.

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