#TBT do Blog: o rei está morto?

O ano era 2015, precisamente mês de agosto. Da janela de seu gabinete, o prefeito olha parte da cidade, acompanha o espaço urbano e ao fundo os morros que o contornam, fixando o olhar até onde os olhos podem chegar. Na fresta da persiana, no alto do Palácio do Morro dos Ventos, pensa: acabou? O que ainda estar por vir? Como será o amanhã? O que fazer para mudar essa situação? O que será de meu governo? A renúncia seria a melhor solução?

Essas indagações ou o cenário acima descrito, poderiam terem sidos fictícios, de pura imaginação, um enredo descritivo ou total devaneio mental deste articulista. Mas, provavelmente, era a triste realidade, algo que – de fato – estava acontecendo com o então prefeito de Parauapebas, Valmir Mariano (PSD).

Valmir sabe que o seu governo se perdeu. Está sem rumo, à deriva, totalmente desgovernado. As diversas operações do Ministério Público Estadual e da Polícia Federal contra a sua gestão foram golpes duros. Derrubou o funcionamento da máquina pública municipal, tanto paralisada a cada nova operação, por exemplo, da Polícia Federal. Aliado a isso, aos desacertos e desencontros dos acordos políticos que culminaram em um recorde de trocas de secretários, criando estabilidade na condução das políticas públicas e, municipais em diversas áreas.

A mais nova constatação da insustentabilidade da gestão municipal, foi o prefeito ter nomeado o seu, agora, ex-chefe de gabinete, Gilmar Moraes, para assumir a Secretaria Municipal de Educação (Semed), no lugar de Juliana Santos, presa pela PF por denúncias de corrupção na contratação de transporte escolar nas zonas rurais do município. O primeiro escalação da Semed caiu com a operação, que inclui a também prisão do secretário-adjunto Shirlean Rodrigues.

A indicação de Gilmar Moraes para a Semed seria a comprovação que o prefeito não confia em seus assessores, em sua equipe? Ou de fato, o alcaide municipal perdeu o comando? Ou está sozinho, isolado? O que justificaria tal nomeação de alguém que não é da área, que teria a função, portanto, de ser um interventor, na melhor das hipóteses?  

Chefe de gabinete, normalmente na política é a pessoa de maior confiança do mandatário, independente de esfera de governo. Seu remanejamento para outras áreas levanta diversas hipóteses e questionamentos. Parece que o prefeito Valmir Mariano perdeu o comando ou não tem mais forças para comandar. O rei está morto?”

Imagem: Anderson Souza. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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