O ano era 2015, mais precisamente março. A política de Parauapebas vivia considerável turbulência política, pois na Câmara de Vereadores existia um forte movimento oposicionista ao então prefeito Valmir Mariano (PSD). No auge da pressão contra o governo, o grupo chegou a ter oito integrantes, ou seja, a maioria das cadeiras do parlamento, o que poderia inviabilizar politicamente o Palácio do Morro dos Ventos. O prefeito, inclusive, quase chegou a ser afastado de seu cargo pelo chamado G-8. Dando continuidade à série “TBT do Blog”, vamos reviver mais um capítulo da história política de Parauapebas.
A indagação que tornou-se o título deste texto é, talvez, a mais feita na cidade de Parauapebas nesta semana (março de 2015). Dentre as diversas situações políticas que ocorrem na capital do minério, a mais recente chamou atenção até dos mais acostumados e experientes analistas políticos. O vereador João Assis (SD), conhecido popularmente como “João do Feijão”, estava até o início da semana compondo o G-8 (Grupo de vereadores oposicionistas ao prefeito Valmir Mariano e que quase conseguiram afastá-lo do cargo no início do mês) e agora, como em um “passe de mágica” passou para o lado governista.
No início da semana (março de 2015) escrevi sobre as mudanças que o prefeito Valmir estava promovendo no tabuleiro político da cidade e o quanto essas alterações, gradativamente, estavam tornando o cenário favorável ao chefe do Poder Executivo Municipal. Pois bem, o modus operandi já é conhecido: promoção de trocas do secretariado. Valmir recolocou o seu aliado político e ex-candidato a deputado estadual, Gesmar Costa (PSD) para chefiar a pasta de Meio Ambiente. Mas o “pulo do gato” foi nomear João do Feijão para ser o novo secretário municipal de Esporte e Lazer.
Os questionamentos que surgem instantemente são: por que o referido vereador abandonou a oposição e passou para o governo que tanto criticava? Qual justificativa para tal postura, para uma mudança tão repentina de lado? Por que deixar o cargo de vereador e assumir uma secretária municipal irrelevante no que diz respeito ao orçamento? O que mais foi prometido ao edil para “trocar de lado”?
Muitos questionamentos surgem e deverão surgir. Independente deles, sabe-se que o maior vitorioso na questão é o próprio prefeito Valmir, que em uma única ação, retoma a sua maioria numérica no Legislativo municipal e
enfraquece o grupo que lhe faz oposição. Como sempre, o mandatário municipal sabe bem como “domar” a Casa de Leis – o que, digamos não é muito difícil. O caso ocorrido é mais um exemplo do fisiologismo que muitos parlamentares se submetem. A pergunta que fica no ar: quanto custou o Feijão?
Imagem: CMP.