Vale é condenada a pagar R$ 1 mi para cada trabalhador morto em Brumadinho

Condenada pela 5ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de Betim (MG) a pagar indenização de R$ 1 milhão por dano moral por trabalhador morto na tragédia de Brumadinho, num total de R$ 137 milhões, a Vale comentou hoje, por meio de nota, que é “sensível à situação dos atingidos pelo rompimento da barragem”.

Sem informar se vai recorrer da decisão, a Vale alegou que vem realizando acordos com os familiares dos trabalhadores vítimas desde 2019, a fim de “garantir uma reparação rápida e integral”. As indenizações trabalhistas têm como base o acordo assinado entre a empresa e o Ministério Público do Trabalho, com a participação dos sindicatos, que determina que pais, cônjuges ou companheiros, filhos e irmãos de trabalhadores falecidos recebem individualmente, indenização por dano moral.

Desde de 2019, já foram firmados 679 acordos trabalhistas, envolvendo mais de 1,6 mil familiares de vítimas. A nota acrescenta que será concedido plano de saúde aos cônjuges ou companheiros e aos filhos até 25 anos dos trabalhadores.

“Há, ainda, o pagamento de um seguro adicional por acidente de trabalho aos pais, cônjuges ou companheiros e filhos, individualmente, e o pagamento de dano material ao núcleo de dependentes. Também é pago o benefício de auxílio creche no valor de R$ 920 mensais para filhos de trabalhadores falecidos com até 3 anos de idade, e auxílio educação no valor de R$ 998 mensais para filhos entre 3 e 25 anos de idade”, informou a empresa.

A juíza titular da 5ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho de Betim (MG), Viviane Célia Ferreira Ramos Correa, condenou a mineradora Vale a pagar indenização de R$ 1 milhão por danos morais para cada trabalhador morto no rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho.

A indenização, que abrange os trabalhadores diretos da mineradora vitimados pelo acidente, será destinada aos espólios e herdeiros. O derramamento de rejeitos de minério em 25 de janeiro de 2019 causou a morte de 270 pessoas, das quais 137 seriam funcionários diretos da mineradora, segundo os autores do processo, num total de R$ 137 milhões.

Na ação impetrada, o Sindicato Metabase Brumadinho alegou que os pagamentos de indenizações, até então, eram destinados a reparar o dano moral sofrido pelos familiares das vítimas, como pais, filhos, esposas e irmãos. Na decisão desta quarta-feira, trata-se do dano moral sofrido pela própria vítima fatal, por ter sua vida abreviada.

Segundo Maximiliano Garcez e Luciano Pereira, advogados do sindicato, a sentença traz justiça aos trabalhadores mortos. “Foram cruelmente abandonados pela Vale, que destinou R$ 37 bilhões até mesmo para obras viárias em Belo Horizonte, e nenhum centavo para indenizar o terrível sofrimento dos trabalhadores falecidos, que morreram em condições artroses e que tiveram décadas de vida abreviadas”, disse Garcez.

No processo, a Vale requereu no mérito a improcedência da ação. A mineradora alegou, entre outros prontos, a ilegitimidade do sindicato como autor ao representar trabalhadores já falecidos, além de questionar o cabimento de “ação civil pública ou coletiva em face de direitos individuais heterogêneos”.

Com informações da Revista Exame. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, com diversas pós-graduações. Cursando Jornalismo.

#veja mais

Eleições 2024: Josemira: “nossa campanha foi marcada pelo respeito, sem ofensas, mostrando sempre nosso trabalho”

A avenida Leandro Polastrini virou um mar de gente vestida de verde, unida pela reeleição de Josemira Gadelha para a prefeitura de Canaã dos Carajás.

Governo do Pará anuncia investimento de R$ 472 milhões para bioeconomia

O Governador do Pará, Helder Barbalho, participou do painel Plano de Ação de Manaus, um plano de liderança subnacional para reduzir o desmatamento tropical, criar

Eleições 2024: MDB tem grande chance de governar Belém depois de quase 40 anos

É o que afirma o cientista político, Dornélio Silva, que responde pela Doxa Pesquisas, que tornou público um importante artigo analítico sobre a disputa do

Portugal: centro e Ultradireita crescem com encolhimento da Esquerda

Com uma nova onda de eleições legislativas em Portugal em três anos, o parlamento lusitano observa a centro-direita e a ultradireita crescerem no país. No

Parauapebas: prefeito Aurélio Goiano decreta Estado de Emergência Administrativa

Em pleno feriado municipal, Parauapebas acorda com uma decisão que não foi anunciada previamente, mas para os mais conhecedores de política sabem que ela poderia

Ideologia acima de todos

Jair Bolsonaro se elegeu sob a narrativa de combater ideologias que, segundo ele, são esquerdistas. Isso inclui partidos, movimentos e até países que seguem essas