XADREZ – 2026 é bem ali

Com a aproximação do meio do ano, os agentes políticos em todo o Brasil começam a se movimentar para o início do ano eleitoral, em agosto.

Em Parauapebas não poderia ser diferente. Diversas forças políticas iniciam conversas, namoros, que pode ou não dar em casamento. Hoje falaremos sobre os pretensos candidatos a deputado estadual.

Do ponto de vista estritamente pragmático, existem duas forças: situação e oposição. Parece obvio? Mas não é.
Tradicionalmente, quem tem a caneta escolhe o candidato que será apoiado pela máquina do Governo. Há quem aposte suas fichas na atual secretária da Mulher, Beatriz Ramos, também conhecida por ser a esposa do atual prefeito e primeira-dama do município de Parauapebas. Em que pese sobre ela, a inexperiência política e administrativa e uma certa antipatia no trato com as pessoas, Beatriz sabe usar redes sociais e tem ao seu lado, o mandante de uma das maiores máquinas administrativas do Estado, a Prefeitura de Parauapebas. Sai na frente, mas não é a única a postular o posto de candidato do Governo. É a mais forte, até o momento, do lado do governista. Mas falta-lhe experiência e empatia.

Correndo (não tão) por fora, temos Hipólito Gomes, atual secretário de Segurança do município (sua segunda passagem, aliás). Dizem que o que foi pedido para dar seu apoio à então candidatura de Aurélio a prefeito, foi justamente a estrutura para que ele se elegesse deputado. Como sabemos que entre o combinado e o cumprido vai uma distância – principalmente se considerarmos a pecha de inconfiável do prefeito – não há como cravar se esse acordo será cumprido, pois isso dividiria votos e apoios na base do governo, o que enfraqueceria, em tese, a candidatura de Beatriz.

Hipólito sonha há muito tempo com um mandato; qualquer um, na verdade, se pensarmos que ele já se candidatou a prefeito, a vereador, a síndico e a funcionário do mês. E a SEMSI, pasta que agora comanda, tem todas as condições de lhe dar a projeção que sempre lhe faltou, pois é uma pessoa preparada para o desafio.

Temos de considerar também Maura paulino, hoje ocupando o cargo de secretária de Educação. Maura já foi presidente da OAB-Parauapebas e sempre mostrou inclinação para a política, embora ainda tenha a “casca fina”, e seja muito sensível a críticas, algo muito comum com quem escolhe ocupar cargos públicos. A seu favor, acredito ter toda uma categoria que talvez a apoie e uma pasta que sem sombra de dúvidas, é a maior de uma prefeitura que já é gigante. Mas é uma faca de dois gumes: a Semed, definitivamente, pode te alçar ao céu, mas também pode te afundar. Não há meio-termo nesta secretaria.

Contra sua candidatura, paradoxalmente, temos a sua secretaria também, como ponto negativo. Como dito anteriormente, ela pode afundar um agente político. Qualquer deslize fica evidente demais. Temos hoje mais de 50 mil alunos na rede pública municipal. Existem municípios inteiros que não são tão grandes. A pressão é grande, a expectativa é alta e a Semed, convenhamos, começou mal. Pela primeira vez na história, nossos alunos perderam um mês de aula; e sob a justificativa de reformar os prédios para atender melhor. Bom, o tempo passou e as reformas não se viram. Continua tudo mais do mesmo. Então o tempo perdido vai ser recuperado como? De forma protocolar e legal, precisa-se ter minimamente 200 dias letivos, que será atingindo na teria através de calendário montado às pressas e muito apertado.

Há ainda a percepção no meio político de que Aurélio a colocou lá justamente esperando que ela se desse mal, inviabilizando-a para 2026. Sabemos que preparo, Maura tem. Resta saber se terá tempo e apoio do seu chefe para executar o que tiver em mente para elevar os números da educação em nosso município.

Já na oposição, o principal nome, sem dúvida, é Braz, candidato forte à reeleição para deputado. Braz tem sobre si, um desafio gigante: migrar os votos que certamente há de perder em Parauapebas, para outros municípios. Pois o governo sabe que enterrar a candidatura de Braz à prefeitura em 2028, passa por impedi-lo de se reeleger a deputado, privando-o de base e estrutura para a eleição seguinte.

Os pontos fortes de Braz são o fato de ele ser a opção natural a quem não gostar de Aurélio (número que vem crescendo consideravelmente, ultimamente), com a inelegibilidade de Darci e a derrota de Rafael Ribeiro na eleição passada por mais de dois votos a um. Contra Braz, temos a falta de estrutura, pois agora ele tem o desafio de se eleger sendo oposição; a aparente falta de força junto ao Governo do Estado pois não consegue espaços significativos na máquina, além de ter tido algumas pequenas derrotas, por enquanto apenas midiáticas, junto ao Governador. O jeito com que lidou com a situação da indicação a candidato do Governo ano passado, o tornou menor. Mas não se enganem; Braz ainda é um gigante em Parauapebas.

E falando em Rafael, sua atual “caravana” pelo Estado sugere que ele pretende se candidatar nas eleições vindouras. Rafael tem a seu favor, a experiência de quem já passou por diversos cargos e funções públicas. Simpático, sabe conversar e transita bem pelas diversas esferas municipal, estadual e federal. Contra uma possível candidatura sua, pesa o resultado da última eleição, em que mesmo apoiado pela máquina, tomou um sonoro 2×1 nas urnas e, na primeira vez que nossa cidade poderia ter dois turnos, ele foi o primeiro a perder no primeiro turno. Além de desgastes constantes com os que deveriam ser seus aliados. Além disso, tem o fato de sua esposa, a vereadora Érica, estar praticamente na base do atual Governo, o que faz com que seus eleitores possam se sentir traídos. Fato: ninguém que pretenda ser prefeito pode estar sob a asa de um prefeito; isso MATA qualquer plano. Exceto em caso de sucessão, o que ainda está longe demais para se pensar.

Há outros players, claro. Darci, por exemplo. Ele está inelegível? Sim. Hoje. Amanhã, a Deus pertence. Mas há um entendimento pra quem trabalha com política em Parauapebas: Darci nas ruas, em campanha, é um monstro! Mesmo que não vença, Darci tem força política bastante pra fazer vários candidatos sangrarem, além de encarecer consideravelmente todas as campanhas sérias.

É isso. Nomes surgiram, outros ainda surgirão, mas uma coisa é certa; em Parauapebas, a política não é para amadores. Agosto é bem ali!

Semana que vem, falaremos dos candidatos à Câmara federal pelo nosso município. Até lá!

Imagem: reprodução

Vicente Reis

“cogito, ergo sum.”

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