O ano de 2018 iniciou com as já esperadas especulações políticas em pleno ano eleitoral. A mais nova divulgada é a possível mudança de estratégia político-eleitoral dos Barbalho. Em seu conteúdo divulgado nas redes sociais e por diversos blogs, há um fundo de verdade e outra sem fundamento. A mais próxima dentre elas está a de que o senador Jader Barbalho não tentará à reeleição ao Senado Federal, pois está propenso a disputar uma das 17 cadeiras que o Pará tem direito na Câmara dos Deputados. Essa questão tem lógica e faz sentido ao se analisar o cenário e os fatos, buscando fazer um paralelo com o passado recente.
Jader já deixou – pelo menos – há duas eleições de ser o campeão de votos. Em 2010, por exemplo, a sua última disputa eleitoral, o líder do agora MDB obteve mais de 1,7 milhões de votos, ficando em segundo lugar, elegendo-se. Naquele ano havia o imbróglio jurídico de sua candidatura: a não consideração de seus votos, situação que se resolveu depois favorável ao Barbalho. Apesar do considerável montante de votos, a musculatura eleitoral de Jader vem definhando gradativamente. Não há garantias que consiga se reeleger ao Senado, mesmo tendo a renovação de 2/3 do parlamento, com o Pará tendo duas vagas em disputa.
Jader não pode ficar sem mandato, ou seja, sem o foro privilegiado. Seria uma presa fácil para as garras da Justiça em seus andares inferiores, como a primeira instância, por exemplo. Apesar de ser um assunto pouco abordado, a saúde do senador (p)emedebista requer cuidados, o que provocou muitas ausências de sua atividade parlamentar. Jader carrega alta rejeição, sobretudo, as camadas mais esclarecidas, de maior nível de escolaridade.
Na disputa pela Câmara a sua eleição é muito mais fácil, inclusive ainda poderá ser o mais votado entre os 17 eleitos, o que ajudaria o MDB no quociente. Sobre esse “recuo” político cabe mais um viés analítico: ao abrir da vaga ao Senado, Jader abre caminho e oportunidade para novos arranjos políticos. Seria uma vaga aberta para negociações em prol da candidatura de seu filho Helder ao governo do Pará.
Voltando ao início do texto em que afirmo o que pode ser verdade e o que é pura especulação, diz respeito a propagada possibilidade de Helder abdicar a candidatura ao Palácio dos Despachos se lançar ao Senado, ocupando a vaga deixada por seu pai. Sobre isso, creio, afirmo, que não há a mínima possibilidade de acontecer. Helder não irá se lançar a nenhum projeto que não seja o de ser o próximo governador do Pará. Não foi montado uma estratégia política a nível nacional desde 2015, no início do segundo mandato de ex-presidente Dilma Rousseff (ser ministro de diversas pastas, até chegar a poderosa Integração Nacional), à toa. Jader ainda é um grande estrategista e já começou 2018 agindo nos bastidores. Tudo para realizar o seu maior sonho e projeto: ter o seu filho e herdeiro político governador do Pará.