Pode pedir música no Fantástico

O termo “pedir música no Fantástico” tornou-se um jargão muito utilizado nos últimos anos no Brasil. Quando um jogador marca três gols na mesma partida, ele tem direito ao ter os seus gols mostrados no programa dominical da Rede Globo, pedir uma música de sua preferência que será a trilha sonora de seu desempenho. O termo foi para além do “mundo da bola”, sendo empregado sempre que um fato se repete por três vezes.

Pois bem, ontem, 05, o delegado da Polícia Federal Everaldo Eguchi (PL), que foi candidato a prefeito de Belém, em 2020, foi afastado pela terceira vez de seu cargo. O caso gira em torno sobre denúncias de que Eguchi tinha cometido crime ao vazar informações da “Operação Migrador”, trabalho de investigação feito pela Delegacia de Polícia Federal de Marabá/PA, que apurava a atuação de organização criminosa de exploração ilegal de minério de manganês no ano de 2018. A violação de sigilo funcional é um crime previsto no artigo 325 do Código Penal Brasileiro e se caracteriza como um crime subsidiário praticado por funcionário público, que revela fato que deveria permanecer em sigilo, em razão do cargo que ocupa.

Desta vez, a decisão de afastamento partiu de Márcio Nunes de Oliveira, diretor-geral da Polícia Federal, que resolveu afastar Eguchi do exercício do cargo até a decisão final do Processo Administrativo Disciplinar aberto contra ele.

Disputa política

Everaldo Eguchi (Patriota) ficou em segundo lugar com 48,25% (358.772 votos) na disputa de segundo turno para a Prefeitura de Belém, em 2020. Inegavelmente, teve um ótimo desempenho, alcançado, sem dúvida, por ter sido o “candidato” do presidente Jair Bolsonaro (PL) naquela eleição. Porém, indo de encontro ao discurso Bolsonarista de não haver corrupção, tal situação de afastamento sob acusação de quebra de sigilo funcional (o que não deixa de ser corrupção), faz cair por terra a postura “combatente” de Eguchi.

O terceiro afastamento de Everaldo de suas funções é mais um capítulo que irá compor o processo eleitoral que se aproxima. A continuidade do fato continua sendo um duro golpe no Bolsonarismo paraense. A ver.

Imagem: reprodução Internet. 

Henrique Branco

Formado em Geografia, professor das redes de ensino particular e pública de Parauapebas, pós-graduado em Geografia da Amazônia e Assessoria de Comunicação. Autor de artigos e colunas em diversos jornais e sites.

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